O senador Cid Gomes, presidente do PDT Ceará, disse nesta segunda-feira (20) que vai procurar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tratar sobre o convite enviado pelo petista para que Cid se filie ao Partido dos Trabalhadores (PT). Na última sexta-feira (17), em visita ao Ceará, o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), disse que recebeu a missão de fazer a proposta ao senador.
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Cid e seus correligionários mais próximos no PDT vêm enfrentando um período turbulento na sigla desde o ano passado. Eles travam uma queda de braço com a ala pedetista mais ligada ao irmão de Cid, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), e ao presidente nacional interino da legenda, o deputado federal André Figueiredo.
“A decisão não será tomada por mim, será tomada por um coletivo de forma pensada, refletida, analisada. A gente não pode dar passos sem ter segurança. Eu mandei uma mensagem para o Elmano, agradeci a preferência e ao Camilo eu disse que iria procurar o presidente para conversar com ele. Eu acho que é uma gentileza, uma deferência e já de partida, fico grato. Vamos tratar sobre o futuro”, afirmou.
Ainda na sexta-feira, o deputado federal José Guimarães (PT) reagiu ao convite comunicado por Camilo. O líder do governo Lula na Câmara disse que não sabia dessa manifestação do presidente. Nem ele nem a deputada federal Gleisi Hoffmann, que preside o partido nacionalmente.
Disputa de poder dentro do partido
Cid trava uma disputa de poder dentro do PDT contra o grupo liderado por Ciro, tendo como principais lideranças também o deputado federal e presidente nacional do partido, André Figueiredo; o prefeito de Fortaleza, José Sarto; e o ex-prefeito Roberto Cláudio. O grupo de Cid, que representa a maioria do partido no Ceará, integra a base do governo Elmano de Freitas (PT), enquanto o grupo de Ciro faz oposição e é contrário à perspectiva de aproximação aos petistas.
O embate fez com que os dois irmãos rachassem politicamente, afetando ainda a relação familiar – eles estariam sem se falar já há mais de um ano, quando as divisões internas começaram no partido, em meio ao racha entre PT e PDT no Ceará. O ápice do conflito se deu já nas últimas semanas, durante reunião nacional do PDT, no Rio de Janeiro, quando os dois discutiram aos gritos, com insultos e dedos em riste.
Com a possível filiação de Cid Gomes, o grupo que o apoia dentro do partido o acompanharia na nova filiação. São mais de 10 deputados, além de 43 prefeitos cearenses que hoje estão no PDT e que se dispõem a deixar o partido para seguir com Cid. Essa hipótese fortaleceria ainda mais o PT para as disputas municipais de 2024 no Ceará.
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