O parlamento israelense aprovou nas primeiras horas da quarta-feira (22) um acordo de cessar-fogo na guerra de Israel contra o Hamas e abriu caminho para a libertação de parte dos reféns sequestrados pelos terroristas do grupo. É o primeiro cessar-fogo aprovado por Israel desde o começo da guerra.
Em 7 de outubro os terroristas do Hamas atacaram Israel, mataram 1.200 pessoas e sequestraram um total de 240 pessoas. Dos reféns capturados, cerca de 50 começarão a ser libertados na próxima quinta-feira, informou nesta terça-feira (21) o site Jerusalem Post.
“O governo de Israel está comprometido com a tarefa de trazer todos os sequestrados para casa. Na noite de hoje, o governo aprovou as linhas gerais para o primeiro passo para atingir esse objetivo, segundo o qual pelo menos 50 reféns — mulheres e crianças — serão libertados ao longo de quatro dias, durante os quais haverá uma pausa nos combates”, diz o comunicado do escritório do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. “Para cada dez reféns a mais que forem libertados, haverá mais um dia de pausa nos combates.”
>>>Siga o GCMAIS no Google Notícias<<<
O comunicado não faz referência a quantos prisioneiros palestinos estarão envolvidos no acordo Segundo informações preliminares, até 150 pessoas estariam envolvidas na troca. Tampouco há menção ao acesso de ajuda humanitária em Gaza, e ao acesso da a Cruz Vermelha aos reféns que continuarão sob custódia, garantindo seu acesso a medicamentos — embora fontes extraoficiais afirmem que o acordo também garantirá a entrada de cerca de 300 caminhões de ajuda por dia, bem como combustível adicional.
Segundo o Canal 12, citando fontes do governo israelense, a libertação e transferência dos reféns de Gaza para Israel ocorrerá em cinco etapas. Primeiro, o Hamas deverá entregá-los à Cruz Vermelha, que os levarão até representantes das Forças Armadas de Israel. Em seguida, serão submetidos a um exame médico inicial e levados a um dos seis hospitais que foram preparados para recebê-los. Lá, eles se reencontrarão com suas famílias.
Nas duas últimas etapas, as autoridades avaliarão quais reféns estão em condições de relatar o que aconteceu para, só então, serem submetidos a um interrogatório.
Embora o acordo possa trazer um certo alívio ao enclave palestino, sobretudo à infraestrutura humanitária severamente destruída pelos bombardeios e ataques incessantes de Israel, é improvável que qualquer termo negociado nesta terça seja um acordo de paz definitivo entre os grupos.
A rede britânica BBC chamou a atenção para o comunicado do líder do Hamas, que utilizou o termo árabe “hudna”, explicando se referir a um tipo de pausa temporária.
Quando declarou guerra ao Hamas, Netanyahu e sua cúpula política afirmaram que o grande objetivo seria a eliminação do grupo terrorista — uma meta que não parece ter mudado, embora analistas o apontem como improvável de ser atingido. Nada indica que Israel estaria disposto a rever sua relação com o grupo terrorista, fora negociações pela liberação de reféns.
Leia também |