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Sob influência de facção de São Paulo, mulheres planejavam desestabilizar presídios do Ceará

2023 teve o maior número de fugas de presídios no Ceará desde 2018

Foto: Divulgação / Governo do Ceará

Investigações da Polícia Federal (PF) apontam que um grupo majoritariamente formado por mulheres vinha planejando ações com o objetivo de desestabilizar presídios no estado do Ceará, inclusive com o uso de explosivos. A PF cumpriu mandados nesta terça-feira (28) para desarticular o grupo.

Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e coletados aparelhos celulares e outros materiais que, segundo os policiais, devem ajudar a orientar os próximos passos na investigação. Conforme apurado, um dos objetivos do grupo era provocar a substituição do atual Secretário de Administração Penitenciária do Estado do Ceará (SAP), Mauro Albuquerque.

Segundo Igor Conti, delegado da Polícia Federal, elas tinham como objetivo principal uma série de flexibilizações no sistema prisional, inclusive na rotina das unidades prisionais – que seria considerada pelo grupo muito rígida. Ele conta que as ações eram planejadas sob a influência de uma facção criminosa que tem matriz no estado de São Paulo e que as suspeitas chegaram a mencionar o uso de granadas para executar as ações.

O grupo estaria articulando ações violentas que incluem o recrutamento de indivíduos para atacar servidores públicos, especialmente policiais penais, além de promover ataques a prédios públicos, fóruns da Justiça, e penitenciárias. A lista de possíveis ações inclui ainda ataques a ônibus, amotinamentos, e outras manifestações violentas.

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As quatro investigadas, após a operação, serão conduzidas para prestar depoimento à Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), onde serão confrontadas com as evidências coletadas durante as buscas. Os dados apreendidos serão minuciosamente analisados pelos policiais federais. A operação não resultou em prisões. Os pedidos foram negados pela Justiça, que não permitiu, ainda, o monitoramento eletrônico das mulheres investigadas.

As suspeitas podem responder por crimes relacionados à constituição de organização criminosa armada, com penas que podem chegar a até 12 anos de prisão. Este é um desdobramento das ações da FICCO, resultado da cooperação interagências, com enfoque na inteligência de segurança pública. O Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Ceará (PMCE) foi fundamental para o sucesso da operação.

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A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará – FICCO – é composta pela Polícia Federal (PF), Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), Polícia Militar do Ceará (PMCE), Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado do Ceará (SAP).

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