O terceiro rascunho do Balanço Global (Global Stocktake, GST) da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima de 2023 (COP28), realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, não inclui a previsão de eliminar o uso de combustíveis fósseis. A versão revisada, divulgada nesta segunda-feira (11), agora propõe a “substituição” desses combustíveis.
O documento é considerado fundamental para as negociações do texto final da COP e requer o apoio de quase 200 nações para ser aprovado. Nas versões anteriores, ambientalistas consideraram um avanço as propostas de eliminação dos combustíveis fósseis.
Países produtores de petróleo, no entanto, têm pressionado pela remoção da previsão de eliminação desses combustíveis, preferindo que a conferência em Dubai foque apenas na redução da poluição climática. Observadores das negociações apontam que a Arábia Saudita e a Rússia estão entre os países que se opõem ao texto que pede a eliminação desse uso.
O trecho do rascunho que trata do tema destaca a “necessidade de reduções profundas, rápidas e sustentadas nas emissões de gases do efeito estufa” e sugere ações como triplicar a capacidade de energia renovável globalmente, reduzir o uso do carvão de forma rápida e contínua, acelerar esforços para sistemas com emissões líquidas zero e reduzir o consumo e produção de combustíveis fósseis de maneira justa até 2050.
O Instituto Talanoa, focado em políticas climáticas, considera que o novo texto “quebra as expectativas” ao não fornecer um cronograma claro e ambicioso para a transição energética. A presidente do Instituto, Natalie Unterstell, destaca que a nova versão é enfraquecida, ao mencionar medidas que os países “poderiam” tomar, em vez de aquelas que devem adotar.
A delegação brasileira recebeu o novo documento antes de uma coletiva de imprensa em Dubai. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, argumenta que o Brasil defende um texto que reduza a dependência dos combustíveis fósseis, liderada pelos países desenvolvidos. A COP, segundo ela, dependerá do texto final sobre combustíveis fósseis, e o Brasil trabalha por uma linguagem coerente com a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.
Os gases do efeito estufa, provenientes principalmente da queima de combustíveis fósseis, têm contribuído para a crise climática atual. Desde o Acordo de Paris em 2015, 195 países se comprometeram a combater o aquecimento global, buscando limitá-lo a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.
Com informações da Agência Brasil.
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