Renato Cariani, influenciador fitness recentemente envolvido em um esquema de desvio de produtos químicos para a produção de drogas, esclareceu uma frase polêmica que o citava dizendo “vou trabalhar para fugir da polícia”. Em um vídeo publicado em seu canal no YouTube, Cariani afirmou que a declaração, ocorrida em 2014, referia-se a preocupações com licença ambiental, não relacionadas à investigação.
O influenciador admitiu não recordar detalhes específicos da conversa, destacando o tempo decorrido desde então, quase dez anos, e anunciou a intenção de solicitar acesso a todas as mensagens usadas como evidência no processo. Ele explicou que a conversa representava um desabafo entre sócios, lidando com estresse empresarial comum no cenário brasileiro.
Cariani afirmou que a frase em questão não guarda relação com as acusações em curso: “Ninguém aqui quer fugir da polícia, ninguém trabalha de final de semana para fugir da polícia”. Ele justificou que a possível fiscalização mencionada na conversa seria realizada pela Polícia Civil na semana seguinte, relacionada à renovação anual da licença ambiental necessária para a operação da empresa.
Segundo estimativas do Ministério Público, o suposto esquema de desvio teria gerado um lucro de mais de R$ 2 milhões, considerando o valor movimentado em notas fiscais e depósitos em espécie. Uma estimativa mais conservadora sugere um acréscimo ilícito superior a R$ 3 milhões ao patrimônio dos envolvidos.
A Polícia Federal de São Paulo desarticulou o esquema na última terça-feira (12), envolvendo Cariani como suspeito. As substâncias apreendidas seriam utilizadas na produção de cocaína e crack. Cariani defendeu-se em um vídeo recente, comparando a situação da empresa Anidrol, da qual é sócio, à multinacional AstraZeneca, que também denunciou emissão indevida de notas fiscais em 2017.
O influenciador refutou a alegação de transações com dinheiro em espécie pela Anidrol, enfatizando que a empresa apenas recebe valores por meio de depósitos bancários rastreáveis. Ele minimizou as 16 toneladas supostamente desviadas, argumentando que são insignificantes diante do volume total movimentado pela empresa ao longo de 42 anos de história.
“Nós movimentamos, produzimos, comercializamos, vendemos centenas de toneladas de produtos por mês. Nós estamos falando de uma empresa de 42 anos de história”, explicou Renato Cariani. “Dezesseis toneladas em seis anos chegam a ser simbólico, desapercebido, dentro da logística de material que nós temos.”
Renato Cariani fala sobre investigação
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