Um novo documento aprovado pelo Vaticano prevê a permissão para que duas pessoas sejam abençoadas mesmo quando forem consideradas um casal “irregular” na visão da Igreja Católica – ou seja, englobando os casais do mesmo sexo. O documento destaca, no entanto, que a bênção não se assemelha a um rito matrmonial.
A permissão está incluída na declaração “Fiducia supplicans”. Trata-se da primeira vez que o Santo Ofício publica uma declaração, ou seja, um documento de alto valor doutrinário. A última vez havia sido no ano 2000, quando foi publicada a “Dominus Jesus”.
O documento trata do tema das bênçãos, diferenciando aquelas que têm natureza ritual e litúrgica daquelas que são chamadas bênçãos espontâneas, comuns na devoção popular. Conforme a Igreja Católica, é nessa segunda categoria em que agora estão incluídas as bênçãos dadas a esses casais considerados irregulares para a fé cristã, mas que “pedem humildemente para serem abençoados”.
No documento publicado pelo Vaticano, a introdução ao tema fica por conta do cardeal Victor Fernandez, que explica que a declaração aprofunda o “significado pastoral das bênçãos”, permitindo que “sua compreensão clássica seja ampliada e enriquecida” por meio de uma reflexão teológica “baseada na visão pastoral do Papa Francisco”.
A declaração, conforme pontuado no texto, passa a incluir a possibilidade “de abençoar casais em situação irregular e casais do mesmo sexo, sem validar oficialmente seu status ou modificar de qualquer forma o ensino perene da Igreja sobre o casamento”.
Não é casamento: Benção a pessoas do mesmo sexo
Em outubro, o Papa Francisco indicou estar receptivo à possibilidade de a Igreja Católica abençoar casais do mesmo sexo. Ao responder a um grupo de cardeais que buscava clareza sobre o tema, ele enfatizou a importância de tratar qualquer solicitação de bênção com “caridade pastoral”.
O papa afirmou que a postura da Igreja não deveria ser a de juízes que simplesmente negam, rejeitam e excluem. No entanto, ressaltou que, apesar da abertura à bênção, a Igreja ainda mantinha a visão de que as relações entre pessoas do mesmo sexo eram “objetivamente pecaminosas” e reiterou a não aceitação do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
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