Após o rompimento da mina 18, da empresa petroquímica Braskem, técnicos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Instituto Estadual do Meio Ambiente (IMA-AL) realizaram as primeiras análises de amostras d’água na Lagoa Mundaú, em Maceió. Os resultados iniciais não indicaram prejuízos significativos adicionais ao já comprometido ecossistema.
O incidente ocorreu por volta das 13h45 do último dia 10, quando uma parte da mina rompeu sob as águas da Lagoa Mundaú, conforme registrado por câmeras de segurança. Às 15h30, com o apoio da Defesa Civil estadual, os técnicos sobrevoaram o local a bordo de um helicóptero e coletaram amostras, que se somaram às de outros 16 pontos monitorados ao longo dos anos.
Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (18), o pesquisador Emerson Soares, do Laboratório de Aquacultura e Ecologia Aquática (Laqua) da Ufal, destacou que, com base nas informações já concluídas, não há evidências de que o rompimento da mina 18 tenha impactado a qualidade da água da Lagoa Mundaú, pelo menos no momento das análises.
Soares ressaltou que alguns dados ainda estão em análise, mas até o momento não foram observadas elevações nos níveis de cloreto, sódio, cálcio, magnésio, condutividade elétrica e salinidade.
O pesquisador enfatizou ainda que os resultados são confiáveis, representando um retrato do momento da coleta das amostras, que ocorreu imediatamente após o rompimento. Ele mencionou a importância de continuar monitorando a situação, destacando que os técnicos da UFAL monitoram a qualidade das águas da Lagoa Mundaú há mais de dez anos.
Em relação à independência do estudo, Soares afirmou que a universidade mantém um convênio com a Braskem, por meio do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com o Ministério Público. Os recursos para a pesquisa são recebidos por meio da fundação universitária. No entanto, ele assegurou que o trabalho não sofre influência da empresa ou de qualquer outra entidade. Ele enfatizou a revisão por pares e a transparência dos dados, destacando que qualquer deficiência ou problema será identificado e abordado.
O desabamento da mina, relacionado ainda ao afundamento do solo de diferentes bairros na capital alagoana, foi causado pela exploração de sal-gema em jazidas no subsolo, ao longo de décadas, pela Braskem. O sal-gema é um tipo de sal usado na indústria química.
Falhas graves no processo de mineração causaram instabilidade no solo. Ao menos três bairros da capital alagoana tiveram que ser completamente evacuados em 2020, por causa de tremores de terra que abalaram a estrutura dos imóveis.
Com informações da Agência Brasil
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