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Polícia prende atirador esportivo suspeito de vender armas ao crime organizado

Polícia prende atirador esportivo suspeito de vender armas ao crime organizado

Foto: Reprodução

Uma ação da polícia resultou na prisão de um atirador esportivo suspeito de venda ilegal de armas de fogo – a investigação suspeita, inclusive, que ele tenha vendido armamentos para o crime organizado no Ceará. Foram apreendidos pela polícia veículos de luxo supostamente adquiridos com as negociações das armas. As armas eram adquiridas de outros atiradores desportistas, por preços acima do mercado, e vendidas por valores ainda maiores.

Mychell Egídio Torquato Oliveira, de 40 anos, tinha registro como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e realizava as vendas com o auxílio de Francisco Paulo Henrique do Nascimento Lima, de 31 anos, que também tinha o registro e agia como laranja. Conforme apurado pela polícia, o registro de CAC de Mychell estava suspenso, de modo que ele usava o de Paulo Henrique para fazer a comercialização.

A operação foi feita de modo conjunto entre o Ministério Público do Ceará (MPCE) e a Polícia Civil do Ceará (PC-CE). A investigação remonta ao ano de 2022, no mês de novembro, a partir da denúncia de um suposto furto de 16 armas de diferentes modelos e calibres, que teriam sido levadas do apartamento de Mychell, em Caucaia.

O que chamou a atenção da polícia é que o Boletim de Ocorrência (BO) comunicou o furto três meses após a data em que o crime teria ocorrido – e que também era, por acaso, a véspera da data em que os armamentos de Mychell passariam pela inspeção usual feita com os CACs.

Conforme aponta o delegado Eduardo Tomé, titular da Delegacia de Roubos e Furtos da Polícia Civil, Mychell, ao pedir a autorização para ser CAC, cumpria todos os requisitos exigidos para o cadastro, e a partir disso passou a participar de grupos de atiradores. Buscou aproximação com outros CACs e se mostrava interessado em adquirir armas anunciadas pelos atiradores.

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Com isso, iniciavam junto ao Exército o processo para transferência dos armamentos – em muitos desses casos a transferência era indeferida, por questões administrativas relacionadas a Mychell, mas mesmo assim ele comprava os armamentos e repassava a terceiros. Há perspectiva de que alguns desses compradores a quem ele repassava as armas ilegalmente integravam o crime organizado, já que Mychell suprimia sinais que identificavam os armamentos antes do repasse.

Já Paulo Henrique, que constrbuiu com a investigação, conta que é um aficionado por armas, mas não tinha dinheiro para comprá-las. Com isso, ele economizou para tirar o certificado de registro e passou a frequentar clubes de tiro, para iniciar uma atividade esportiva, mas acabou cooptado por Mychell, que fazia uso do registro de Paulo Henrique para fazer as operações, já que o seu próprio estava suspenso.

Durante a operação deflagrada nesta semana, a polícia cumpriu cinco mandados de busca e apreensão, além de prender os dois atiradores. Foram apreendidos três veículos e equipamentos como notebooks, computadores e aparelhos celulares, que vão ser periciados. Os dois suspeitos são investigados por associação criminosa, omissão de cautela e comércio ilegal de arma de fogo.

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