O governador Elmano de Freitas (PT) defendeu a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) no Ceará, pontuando que os benefícios que ele traz são bastante superiores a erros e excessos pontuais que possa cometer. A declaração foi dada nesta terça-feira (26), para a Rádio Jovem Pan News Fortaleza.
Elmano, durante sua carreira, chegou a ser advogado de alguns assentamentos do MST no Ceará, e chegou a citá-los para embasar seu argumento. “Assentamento Palmares, em Crateús, eu fui advogado deles. Assentamento Monte Alegre, em Tamboril, fui advogado deles. Convido você a ir lá hoje. O Palmares tem um que é filho de família assentada, se formou e hoje é deputado estadual, que é o Missias”, conta ele, referindo-se ao deputado Missias Dias (PT), que se elegeu em 2022 para a Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).
Ele conta que, depois de se formar, nos anos 1990, chegou a encontrar famílias que passavam fome e que não tinham nada. “Depois de vários anos, essas famílias buscaram localizar uma fazenda que vivia abandonada. Nela não tinha produção de nada, e o MST ocupou aquela área para chamar a atenção do Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária], não para tomar, e chamar o proprietário, desapropriar a área e pagar a área ao proprietário. Desde então, o Incra emitiu uma emissão de posse e aceita aquelas famílias”, conta ele.
“Tem excessos? Tem. Tem erro? Tem, o Movimento sabe disso”, pondera o governador, assinalando, porém, que os benefícios ultrapassam em muito esses erros pontuais. Ele lembra ainda que a atuação do MST está prevista na Constituição Federal. “O Superior Tribunal de Justiça já julgou esses casos, dizendo que é legítimo que o Movimento possa reivindicar o que está na Constituição.”
Ele destaca ainda o poder produtivo do MST, que no Ceará produz, com cooperativas, produtos como leite, mel e mandioca. “Quixeramobim tem uma agroindústria que beneficia por dia mais de 10 mil litros de leite produzidos nos assentamentos, e esse leite é transformado em queijo, requeijão, manteiga nata, e é vendido por uma cooperativa para dar renda às famílias assentadas”, diz ainda.
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