A exposição sobre a invasão do dia 8 de janeiro de 2023 na Câmara dos Deputados será inaugurada na próxima segunda-feira (8), a mostra pretende lembrar o primeiro ano após os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Composta por fotos do dia da invasão, a exposição conta ainda com objetos que foram danificado pelos golpistas que, na tarde daquele domingo, seguiam em direção a Esplanada dos Ministérios pedindo a anulação da eleição presidencial de 2022 por meio de um golpe militar, pessoas que não aceitavam o resultado das urnas.
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Ao todo, serão apresentas 30 fotos feitas por servidores da casa e também pelo repórter fotográfico Joédson Alves, da Agência Brasil. Através dos registos fotográficos, os visitando poderão ver a destruição interna do prédio e a invasão do Congresso Nacional.
A exposição contará ainda com os objetos que foram restaurados, como os azulejos do painel Ventania, de Athos Bulcão, e oito presentes protocolares recebidos de países estrangeiros, como vasos e esculturas, que estavam expostos em vitrines do Salão Verde no dia da invasão.
A Câmara dos Deputados fez um catálogo da exposição, para assim explicar o contexto daquelas manifestações afirmando que o “objetivo último era a deposição do Presidente que havia iniciado o mandato na semana anterior, o fechamento do Congresso Nacional e a tomada do poder, contando com suposto apoio militar”.
“Restaram, na esteira dos fatos ocorridos, a reconstrução dos danos físicos, a restauração das obras artísticas profanadas e a restituição simbólica dos valores da democracia, da convivência entre diferentes e opostos”, destaca o catálogo da exposição.
Objetos como testemunhas
Como testemunhas da história mais recente do país, os objetos danificados e restaurados pela Coordenação de Preservação de Conteúdos Informacionais (Cobec) da Câmara serão apresentados na mostra. A ideia é mostrar que, assim como os seres vivos, os objetos também carregam em si os sinais da passagem do tempo, e dos traumas.
“Originalmente símbolos do encontro diplomático e das relações fraternais entre diferentes nações, estes objetos foram danificados e convertidos em centenas de fragmentos. Hoje servem de testemunho dos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023”, escreveu Marcelo de Sá, diretor do Museu da Câmara dos Deputados.
Dos 46 presentes em exibição naquele 8 de janeiro, quatro sofreram danos extremamente graves, 10 sofreram danos significativos, e 2 estavam desaparecidos, sendo um deles posteriormente devolvido ao acervo da casa.
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“Mesmo em cacos, as peças desta exposição continuam seu curso e, ainda que restauradas, carregarão marcas do que viveram. As cicatrizes ajudarão a contar sua história”, afirmou Marcelo de Sá.
Para isso, foram mantidas nas peças algumas marcas da destruição.
“Optamos, como critério geral, por manter visíveis as marcas geradas (quebras, perdas e manchas) como uma forma de evitar o apagamento desse acontecimento da trajetória de cada objeto, assim como da instituição em que estão inseridos.”
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