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Retirada líquida na poupança atinge mais de R$ 87 bilhões em 2023

Poupança tem retirada líquida de R$ 46,3 bi até metade de abril

Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

Pelo terceiro ano consecutivo, as cadernetas de poupança no Brasil apresentaram um saldo negativo, com saques superando os depósitos em R$ 87,82 bilhões ao longo de 2023, em um contexto de taxas de juros e endividamento persistentemente elevados no país. Os dados constam no relatório divulgado nesta segunda-feira (8) pelo Banco Central (BC).

No decorrer de 2023, os depósitos totalizaram R$ 3,83 trilhões, enquanto os saques alcançaram R$ 3,91 trilhões. Somente nos meses de junho, com R$ 2,59 bilhões, e dezembro, com R$ 13,77 bilhões, foram registrados saldos positivos, com mais depósitos do que retiradas. Nos demais meses do ano, observaram-se saídas líquidas.

Os rendimentos creditados nas contas de poupança somaram R$ 73,08 bilhões em 2023, elevando o estoque total aplicado na poupança para R$ 983,03 bilhões.

A retirada de recursos das cadernetas ocorre em um cenário de elevado endividamento no país. Segundo o BC, o endividamento das famílias em operações de crédito atingiu 47,6% em outubro do ano passado, medida pela relação entre o saldo das dívidas e a renda acumulada em 12 meses. Além disso, dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicam que aproximadamente 76,6% das famílias brasileiras ainda enfrentam algum nível de endividamento.

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Os saques na poupança também refletem a preferência por investimentos mais rentáveis, impulsionados pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) em patamares elevados. Atualmente, a poupança rende 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial (TR), mantendo-se limitada em relação a outros investimentos.

Embora o resultado negativo de 2023 seja significativo, ele é inferior ao registrado em 2022, quando a poupança registrou uma retirada líquida recorde de R$ 103,24 bilhões, em meio a um cenário de inflação elevada e endividamento persistente. Em contrapartida, em 2020, a poupança havia apresentado uma captação líquida recorde de R$ 166,31 bilhões, impulsionada pela instabilidade nos mercados no início da pandemia da COVID-19 e pelos depósitos do auxílio emergencial em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.

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