Medida inclui um toque de recolher de seis horas, a partir das 23h locais (1h de Brasília).
Estado de exceção, conflito armado interno e violência: entenda a crise no Equador
O presidente do Equador, Daniel Noboa, declarou o país em “conflito armado interno” nesta terça-feira (9) como medida para enfrentar grupos de narcotraficantes e “neutralizar” organizações criminosas que impõem uma nova onda de terror e violência há dois dias.
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“Assinei o decreto executivo declarando Conflito Armado Interno” e “ordenei às Forças Armadas executar operações militares para neutralizar esses grupos”, expressou o presidente por meio da rede social X, enquanto um estado de exceção de 60 dias está em vigor devido a sequestros de policiais, ataques à imprensa e motins em presídios.
A publicação veio depois de uma escalada de tensões no Equador, que começou ainda na segunda-feira, 8, com a fuga de líderes de facções criminosas de prisões do país.
O estado de exceção estará em vigor por 60 dias em todo o país, incluindo nas penitenciárias. A medida inclui um toque de recolher de seis horas, entre 23h e 5h, horário local (das 01h às 07h em Brasília).
A ação de Noboa, que assumiu a Presidência em novembro por um ano e meio ao ser eleito em uma votação antecipada, deve mobilizar os militares às ruas e sua entrada nos presídios, em alusão a uma “grave comoção interna” na nação, assim como a suspender os direitos civis.
Violência no Equador
Nos últimos anos, o Equador tem enfrentado diversas ondas de violência com sequestros de policiais e fugas de presos. Na última segunda-feira (8), o chefe da principal quadrilha criminosa do país, Adolfo Macías, conhecido como “Fito”, fugiu do presídio em que ele estava. O homem pertence ao grupo Los Choneros.
Por conta dessa fuga, o presidente Daniel Noboa declarou estado de exceção por 60 dias em todo o país, inclusive nas prisões. A medida inclui um toque de recolher de seis horas, a partir das 23h locais (1h de Brasília).
Além da fuga de “Fito”, um dos chefes da Los Lobos, Fabricio Colón Pico, fugiu nesta terça-feira (9). Ele tinha sido preso na sexta-feira (5) por sequestro e pela suposta responsabilidade em um plano para assassinar a procuradora-geral.
o cenário de crise, o Equador é um país situado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores de cocaína do mundo. Em 2023, o país encerrou o ano com mais de 7,8 mil homicídios e 220 toneladas de drogas apreendidas, novos recordes para o país de 17 milhões de habitantes.
Desde 2021, os confrontos entre presidiários deixaram mais de 460 mortos. Além disso, os homicídios nas ruas entre 2018 e 2023 aumentaram quase 800%, passando de 6 para 46 por 100.000 habitantes.
Ataque a emissora de TV ao vivo
Homens armados e com os rostos escondidos invadiram os estúdios do canal de TV estatal TC Televisión, da cidade de Guayaquil, no Equador, nesta terça-feira (9). Eles afirmaram que têm bombas, e sons semelhantes aos de disparos foram ouvidos. A Polícia Nacional do Equador disse que prendeu os responsáveis pelo ato.
Um homem encostou uma arma no pescoço de um apresentador.
Os homens mantêm pessoas como reféns e houve disparos dentro do estúdio, segundo o site de uma outra TV, a “Ecuavisa”.
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