HOSPITAL DO CARIRI

Empresária esfaqueada em Juazeiro é retirada de sedação, mas segue em estado grave na UTI

Laísa Andrade segue sendo acompanhada pela equipe médica do Hospital Regional do Cariri (HRC)

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15 de janeiro de 2024

Paulo Martins

A empresária Laísa do Nascimento, que foi esfaqueada na própria loja na última sexta-feira (12), em Juazeiro do Norte, foi retirada da sedação, mas segue em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional do Cariri (HRC) – onde ela está internada. A informação foi divulgada pela equipe médica do hospital durante uma coletiva de imprensa, realizada nesta segunda-feira (15).

Empresária esfaqueada em Juazeiro é retirada de sedação, mas segue em estado grave na UTI

“Ela teve lesão na parte cervical, teve lesão no tórax, mas não na cavidade pleural. O estado dela ainda é muito grave. Ela já foi desligada das medicações, já está acordada, está em processo de melhora. Mas ainda sem previsão para saída dela da UTI”, informou o médico Everton Silveira, cirurgião geral do HRC.

A cirurgiã vascular Lailma Almeida afirmou que pela gravidade das lesões, o desfecho da vítima poderia ter sido fatal, contudo atribuiu ao trabalho em equipe dos médicos o atual quadro de melhora da jovem uma vez que o grupo agiu rapidamente para tratar das lesões da vítima.

“Quando ela chegou estava em estado gravíssimo, entubada. Quando começamos a cirurgia ela estava com várias perfurações por arma branca. As perfurações atingiram vasos que em outros pacientes levam a um desfecho fatal. Pacientes com lesões menores morrem no momento da agressão. Então houve toda uma orquestra para que Laisa estivesse viva hoje”, disse a profissional.

Conforme o médico Alberto Rafael, responsável pelo setor de UTIs do HRC, a juventude de Laísa e o rápido socorro dado a ela foram cruciais para a sobrevivência. Medicamentos que a mantinham sedada foram retirados e ela já responde a alguns comandos solicitados pela equipe médica

“Ela está acordada, obedece a comandos, mas apresenta um deficit motor à esquerda que precisa de vigilância e acompanhamento para ver se ela vai manter, mas essa progressão clínica dela se deve ao atendimento precoce inicial com todas as equipes atuando de forma conjunta para hoje estar sem sedação, mas que precisamos acompanhar essa parte neurológica por conta do trauma na artéria vertebral”, disse.

Ainda conforme o profissional, um dos golpes de faca atingiu uma artéria que leva sangue até o cérebro, dificultando movimentos do lado esquerdo. “No momento o quadro ainda é grave, mas a gente espera que ela possa ter plena recuperação”, acrescenta Alberto Rafael

O caso

Laísa foi atacada na última sexta-feira (12), na loja de roupas da própria empresária. A ofensiva foi flagrada pelas câmeras de segurança do estabelecimento comercial. Os dois homens entram na loja como se fossem clientes e começam a pedir informações e até pegam algumas peças de roupas nas prateleiras. Eles então imobilizam e atacam a mulher, com uma faca. A vítima segue sendo agredida mesmo quando já está caída no chão.

A polícia trabalha com a perspectiva de cinco envolvidos no crime: dois mandantes, dois executores e um intermediário. No fim de semana, foram presos os dois executores do crime, flagrados pela câmera de segurança: o tatuador Marcelo Barbosa de Almeida, de 25 anos, residente em Caririaçu, que se entregou à polícia na noite do sábado (13); e José Pedro das Chagas, que aparece esfaqueando a vítima, preso no domingo (14).

Além dos dois, também foi preso Carlos Alberto Evangelista, de 42 anos, conhecido também como “Alemão”, que seria o intermediário entre os mandantes do crime e os dois exeutores. Alemão reside em Juazeiro do Norte e já responde por tráfico de drogas. Ele, no entanto, foi solto no domingo (14) após audiência de custódia, conforme o advogado da família da vítima.

Dos cinco suspeitos, os mandantes, Francisco Jonhnatan Alves e Silva e Savana Oliveira, são os únicos que não chegaram a ser capturados pelas forças de segurança. Trata-se de um casal de dentistas, que segundo o advogado da vítima devia R$ 10 mil a Laísa, valor proveniente de uma causa trabalhista. Os dois teriam pago cerca de R$ 5 mil para que o crime fosse executado.