Um incêndio de grandes proporções atinge uma área de vegetação do Parque do Cocó, em Fortaleza. Conforme moradores do local, as chamas começaram na noite de quarta-feira (17), mas, na manhã desta quinta-feira (18), a intensidade do fogo aumentou e a fumaça se espalhou por vários pontos da Cidade. Quatro equipes do Corpo de Bombeiros atuam no local, no momento, para controlar o incêndio. As viaturas foram deslocados do Mucuripe, da Messejana, da sede CISP (Centro Integrado de Segurança Pública), no bairro de Fátima, e da Sema (Secretaria do Meio Ambiente do Estado).
Nas imagens captadas pelo drone da TV Cidade, é possível observar fogo no mato e uma intensa fumaça. As chamas começaram próximo a uma área descampada. Ainda não é possível dizer como o fogo começou.
Informações preliminares do Corpo de Bombeiros apontam que quatro hectares de vegetação já foram atingidos pelo fogo.
*Matéria em atualização.
Veja imagens do incêndio no Parque do Cocó
Cidade 190 mostra últimas informações do incêndio
Último incêndio de grandes proporções foi em 2021
Em novembro de 2021, um incêndio devastou uma área de 46,2 hectares de vegetação do Parque do Cocó. As chamas se prolongaram por mais de dois dias. Vários focos simultâneos de incêndio em locais de difícil acesso dificultaram o trabalho do Corpo de Bombeiros. Além disso, o chamado fogo de turfa, que fica embaixo da terra, mantinha o ambiente quente e gerando novos focos de incêndio.
Na epóca, o governador Camilo Santana (PT), em comunicado nas redes sociais, determinou uma investigação rigorosa das causas do incêndio, destacando a importância de preservar o Parque do Cocó como um patrimônio ambiental do estado. A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), ficou encarregada de conduzir a investigação.
Três meses após o incêndio, a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) divulgou o resultado do laudo pericial apontou para a existência de indícios de ação humana involuntária. Uma conclusão diferente do que acreditava o Corpo de Bombeiros, que chegou a afirmar que o ato teria sido criminal.
Após minuciosa análise dos vestígios e levantamento da dinâmica do incêndio, os peritos criminais do Núcleo de Perícia em Engenharia Legal e Meio Ambiente (Nupelm) concluíram que o foco de incêndio no Cocó se originou em um local em que, possivelmente, pessoas se alimentaram e deixaram uma espécie de fogueira ainda com brasas acesas que deram início ao fogo e, consequentemente, ao incêndio.
Ainda de acordo com a Pefoce, a dinâmica manifestada pela propagação do incêndio associada a fatores de ordem climatológica e meteorológica permitiram que os peritos engenheiros indicassem o foco inicial do incêndio, onde foram revelados vestígios de práticas rústicas de uso do fogo para preparação de alimentos, materializados por apetrechos como grelha e garrafas de bebidas alcoólica, além de espinhas de peixe e remanescentes de alimentos.
Um levantamento realizado pelo PREVINA (Programa de Prevenção, Monitoramento, Controle de Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais) indicou que 299 árvores, notadamente espécies herbáceas e arbustivas, haviam sido tombadas e que outras 18 necessitavam de recuperação. Quanto aos animais mortos, não foram encontradas espécies em extinção. Das dezenas de animais encontrados estavam: Mussum, rã, jiboia, cágado do nordeste, iguana, anu-preto. Parte das espécies foram resgatadas e receberam atendimento veterinário.
Investigação sobre o incêndio do Cocó em novembro de 2021
O inquérito instaurado pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) para investigar o incêndio está em fase de conclusão. Até o momento, as investigações apontaram que não há indicativo de ação humana intencional, o que é reforçado pelo resultado do laudo pericial produzido pela Pefoce. A DPMA pediu dilação de prazo para a Justiça para conclusão do inquérito por estar finalizando algumas diligências.
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