Ronnie Lessa, que fez os disparos de arma de fogo que mataram Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes em 2018, delatou o ex-deputado estadual Domingos Brazão como mandante da morte da então vereadora. A informação foi divulgada pelo Intercept Brasil.
Domingos Brazão é hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e chegou a ser citado nas investigações do assassinato ainda em 2019, suspeito de ter atuado para obstruir os trabalhos policiais.
Conforme as investigações, a principal hipótese avaliada pelas forças de segurança é de que o ataque tenha sido feito com objetivo de vingança contra o ex-deputado Marcelo Freixo, à época no Psol, mesmo partido de Marielle. Durante o mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Brazão e Freixo entravam em embates com alguma frequência.
Brazão chegou a ser afastado do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas no ano de 2017, em decorrência da operação Quinto do Ouro, desdobramento da operação Lava Jato no Rio de Janeiro, por ter supostamente recebido propina de empresários.
Ronnie Lessa, que está preso desde 2019, fez na última semana um acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF) sobre o caso. Por ser conselheiro do Tribunal de Contas, o acordo ainda tem que ser homologado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Lessa foi condenado em 2021, após ter destruído provas relativas à investigação. Ele, junto com a esposa, o cunhado e dois amigos, descartou armas no mar, inclusive a arma suspeita de ter sido utilizada para matar a parlamentar na capital fluminense.
Conforme o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, o caso do assassinato de Marielle terá um desfecho ainda neste primeiro trimestre de 2024.
>>>Acompanhe o GCMAIS no YouTube<<<
Leia também | Caso Marielle terá resposta final no primeiro trimestre, garante diretor-geral da PF