INVESTIGAÇÕES

Caso Marielle: quem é Domingos Brazão, delatado por Ronnie Lessa como mandante do crime

O suposto mandante do assassinato de Marielle Franco já foi deputado estadual

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24 de janeiro de 2024
Portal GCMAIS

Seis anos após o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o nome de Domingos Brazão foi apontado como um dos mandantes do crime em citação feita pelo atirador e ex-PM Ronnie Lessa, em acordo de delação premiada com a Polícia Federal.

Caso Marielle: quem é Domingos Brazão, delatado por Ronnie Lessa como mandante do crime
Foto: Reprodução

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Conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro e político de carreira, Domingos Brazão é líder de um grupo político, localizado na zona norte fluminense. A região é marcada como berço das milícias do Rio de Janeiro.

O suposto mandante do assassinato de Marielle Franco já foi deputado estadual – por cinco mandatos consecutivos – e esteve envolvido em suspeitas de corrupção, o que gerou o afastamento de Brazão do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas.

Segundo informações do The Intercept Brasil, a principal hipótese para que Domingos Brazão ordenasse o atentado contra a vida de Marielle Franco se trata de uma vingança contra Marcelo Freixo, ex-deputado estadual pelo PSOL, hoje no PT, e atual presidente da Embratur.

Quando era deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Domingos Brazão entrou em disputas sérias com Marcelo Freixo – com quem Marielle trabalhou por 10 anos até ser eleita vereadora, em 2016.

Além disso, o suspeito ainda foi citado, em 2008, no relatório final da CPI das milícias, presidida por Freixo, como um dos políticos liberados para fazer campanha em Rio das Pedras.

“Cogita-se a possibilidade de Brazão ter agido por vingança, considerando a intervenção do então deputado Marcelo Freixo nas ações movidas pelo Ministério Público Federal, que culminaram com seu afastamento do cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro”, diz o relatório da ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça.

Caso Marielle e Domingos Brazão: apoio político 

A citação ao nome de Brazão na delação da Élcio Queiroz, no ano passado, e a possível citação por Ronnie Lessa, reacendeu a disputa narrativa sobre a qual grupo político o conselheiro do TCE é ligado: ao bolsonarismo ou ao petismo.

Na política fluminense, o clã Brazão sempre atuou de forma pragmática. Ex-filiado ao MDB, Domingos Brazão fez campanha pela reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2014, antes de se tornar conselheiro do TCE. Na época, posou em fotos ao lado do ex-deputado federal Eduardo Cunha em carreatas pelo Rio.

Em abril do ano seguinte, o então parlamentar foi aprovado para o TCE do Rio e, desde então, não fez mais posicionamentos políticos públicos.

O legado da família Brazão na política fluminense se manteve. O irmão de Domingos Brazão, o deputado federal Chiquinho Brazão fez campanha para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição do ano passado.

“Pelo bem do País, fizemos uma bela carreata de apoio à reeleição do Presidente Jair Bolsonaro. Percorremos diversas ruas de Jacarepaguá e bairros adjacentes, e por onde passamos não tinha outra manifestação a não ser ‘vamos com Bolsonaro'”, escreveu nas redes sociais.

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