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Postos de saúde em Fortaleza realizam exames para diagnóstico de hanseníase

O Dia Mundial de Combate à Hanseníase é celebrado no último domingo do mês de janeiro

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29 de janeiro de 2024
Portal GCMAIS

Postos de saúde de Fortaleza realizam, ao longo desta semana, ações para diagnóstico e prevenção da hanseníase, de quarta (31) até sexta-feira (2). Conforme a Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS), a iniciativa faz alusão ao Dia Mundial de Combate à Hanseníase, celebrado no último domingo de janeiro.

Postos de saúde em Fortaleza realizam exames para diagnóstico de hanseníase
Foto: Prefeitura de Fortaleza

Nesses mutirões, serão realizados testes rápidos (em caso de suspeita da doença), além de ações educativas sobre os sinais e sintomas da hanseníase. Os postos das regionais de saúde IV, V e VI também farão avaliações neurológicas simplificadas e exames físicos com palpação de nervos periféricos, para identificação precoce da doença em pacientes que apresentem sintomas.

Além dos atendimentos nos postos, há ainda marcado para esta segunda (29) e terça-feira (30) o seminário “Diagnóstico e acompanhamento da pessoa acometida por hanseníase: um olhar atento e cuidadoso”. O momento é realizado em parceria com a NHR Brasil e a Universidade Federal do Ceará (UFC) e é voltado para médicos e enfermeiros da Atenção Primária à Saúde de Fortaleza.

O que é hanseníase?

Uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae, que infecta os nervos periféricos e, mais especificamente, as células de Schwann e a pele.

Quais os sintomas?

Alteração de sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e/ou espessamento de nervo periférico, com ou sem a presença do M. Leprae. Possibilidade de desenvolvimento de neuropatias, podendo causar incapacidades físicas e perdas funcionais, muitas vezes irreversíveis se o diagnóstico for tardio.

Como ocorre a transmissão?

Ocorre de uma pessoa para outra por meio próximo e prolongado, através de tosse e espirro. Uma pessoa que está infectada, mas não está recebendo o tratamento, é a principal fonte de contaminação. Assim que o tratamento é iniciado, ela deixa de transmitir a doença, não havendo necessidade de afastamento do convívio social.

Histórico da doença no Brasil

A hanseníase tem um quadro preocupante no Brasil. Em 2019, antes da pandemia da covid-19, foram notificados quase 30 mil novos casos da doença no país, de acordo com o Boletim Epidemiológico sobre a Hanseníase do Ministério da Saúde. Em 2020, 127.396 casos novos da doença no mundo foram informados à Organização Mundial da Saúde (OMS). Sendo 19.195 (15,1%) na região das Américas, e destes 17.979 notificados no Brasil, correspondendo a cerca de 93,6% do número de casos novos.

Balanço em Fortaleza

Fortaleza diagnosticou cerca de 270 novos casos de hanseníase no ano de 2023, sendo estes acompanhados nas unidades de saúde do Município, através de consultas e medicamentos específicos. Já em 2022, foram identificados 339 novos casos da doença.

Onde procurar atendimento?

Em casos de suspeita da hanseníase, basta procurar um dos 118 postos de saúde da Capital para a realização de consulta e exames que detectam a existência da doença.

O diagnóstico precoce aumenta as chances de um tratamento satisfatório e, quanto mais cedo for identificada a presença da hanseníase, maiores as chances de reduzir a ocorrência de incapacidades físicas.

Em Fortaleza, os agentes comunitários de saúde (ACS) realizam o trabalho de orientação junto às comunidades para identificação de sintomáticos dermatológicos, com o objetivo de identificar precocemente as pessoas que apresentam sinais da hanseníase e necessitem de avaliação.

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Dados do Brasil

Entre janeiro e novembro de 2023, o Brasil diagnosticou ao menos 19.219 novos casos de hanseníase. Mesmo que preliminar, o resultado já é 5% superior ao total de notificações registradas no mesmo período de 2022.

Segundo as informações do Painel de Monitoramento de Indicadores da Hanseníase, do Ministério da Saúde, o estado de Mato Grosso segue liderando o ranking das unidades federativas com maiores taxas de detecção da doença.

Até o fim de novembro, o total de 3.927 novos casos no estado já superava em 76% as 2.229 ocorrências do mesmo período de 2022. Em seguida vem o Maranhão, com 2.028 notificações, resultado quase 8% inferior aos 2.196 registros anteriores.

Leia também | Hanseníase: pacientes contam histórias de preconceito e superação

Dia Mundial da Hanseníase

O Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase é celebrado sempre no último domingo do mês de janeiro.

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, também conhecida como bacilo de Hansen (em homenagem à Gerhard Hansen, o médico e bacteriologista norueguês descobridor da doença, em 1873). O bacilo se reproduz lentamente e o período médio de incubação e aparecimento dos sinais da doença é de aproximadamente cinco anos, de acordo com informações da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Os sintomas iniciais são manchas na pele, resultando em lesões e perda de sensibilidade na área afetada. Também pode acontecer fraqueza muscular e sensação de formigamento nas mãos e nos pés. Quando os casos não são tratados no início dos sinais, a doença pode causar sequelas progressivas e permanentes, incluindo deformidades e mutilações, redução da mobilidade dos membros e até cegueira.

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