Pouco mais de uma semana após a ocorrência que resultou na morte do policial militar Jean Rodrigues Granjeiro, de 28 anos, em Ubajara, na Serra da Ibiapaba, a família do militar expressou as dúvidas sobre a versão inicial de tiro acidental. Em entrevista à TV Cidade, a irmã do PM, Jessyca Granjeiro, revelou suspeitas de que o colega de farda que efetuou o disparo pode ter se aproveitado de divergências anteriores com seu irmão para cometer o ato.
O fato ocorreu durante um patrulhamento no último dia 21 de janeiro, quando a viatura de Jean foi alvo de tiros disparados por criminosos. Contudo, a tragédia se desenrolou quando um dos colegas de farda, o cabo da PM Alan Hiller Hertz Oliveira, disparou acidentalmente, atingindo fatalmente Granjeiro. A família, contudo, questiona a versão oficial do tiro acidental e busca entender os motivos por trás das ações do policial que efetuou o disparo.
Jessyca Granjeiro, em entrevista, desabafou sobre a falta de esclarecimentos e questionou as circunstâncias do ocorrido. Ela destacou o fato de seu irmão ter sido retirado da viatura e colocado no chão após ser atingido, além de questionar a razão pela qual a viatura colidiu com o carro dos criminosos quando estes já estavam alvejados. A família busca entender se o incidente foi, de fato, acidental, e questiona a falta de socorro imediato ao policial atingido.
“É isso que a gente queria entender, o porquê que o corpo do meu irmão foi tirado de dentro da viatura e colocado no chão. Por que ele pegou a viatura e bateu no carro dos bandidos, sendo que os bandidos já estavam alvejado? A gente quer entender o porquê que ele fez tudo isso, se foi um acidente, né? Que ele disse foi um acidente, por que ele não socorreu meu irmão na mesma hora?”, questionou Jessyca Granjeiro.
O autor do disparo, cabo da PM Alan Hertz Oliveira, possui histórico criminal, com passagens por crimes de violência doméstica e receptação culposa. A família de Jean Granjeiro relata divergências prévias entre os dois policiais, o que levanta questionamentos sobre a natureza do incidente.
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“Inclusive, ele pediu algumas vezes para ser trocado da atual equipe que ele estava. Então ele já estava sentindo alguma coisa. Ele até pediu para a sogra orar por ele, que lá é no trabalho estava difícil. Ele já tinha comentado com a esposa dele sobre esse cabo que o alvejou e que eles já tiveram algumas discussões. Então a gente quer saber realmente se foi realmente acidental ou se foi mesmo proposital”, desabafou a irmã do policial morto em Ubajara.
As investigações sobre o caso estão sob responsabilidade da Delegacia Regional de Tianguá, incluindo a perícia na arma de fogo utilizada e na viatura, que teve o encosto do banco do motorista atingido pela bala.
A Secretaria da Segurança Pública informou que as investigações sobre a morte do soldado Jean Rodrigues Grangeiro seguem em andamento. Foi identificado que o disparo que atingiu o soldado partiu da arma de um outro policial militar, que estava na mesma ocorrência.
A Polícia Civil ressaltou que o policial militar se apresentou espontaneamente na Delegacia Regional de Tianguá.
Em nota, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) informou que instaurou procedimento disciplinar para apurar os fatos acerca da morte do soldado Jean Rodrigues Grangeiro, ocorrida no município de Ubajara, estando este em trâmite. O Inquérito Policial está sob responsabilidade Delegacia Municipal de Ubajara.
Policial morto Ubajara: família questiona circunstâncias do caso
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