ABIN PARALELA

Lula rebate Bolsonaro sobre operação: “Governo não manda na Polícia Federal”

Para o presidente, quem tentou interferir na Polícia Federal foi Bolsonaro

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30 de janeiro de 2024
Portal GCMAIS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu a fala do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a operação da Polícia Federal (PF) que mirou Carlos Bolsonaro, no dia anterior. “O governo brasileiro não manda na Polícia Federal, muito menos o governo brasileiro manda na Justiça”, disse o petista em entrevista concedida à CBN Recife. Bolsonaro, na véspera, referiu-se à PF como Gestapo, que era uma força militar usada no nazismo para reprimir opositores ao regime de Adolf Hitler, na Alemanha.

Lula rebate Bolsonaro sobre operação: “Governo não manda na Polícia Federal”
Foto: Ricardo Stuckert / PR

A operação investiga o uso de uma possível “Abin paralela”, por meio da qual Carlos estaria tendo acesso ilegal a informações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar adversários políticos da família Bolsonaro. Nesta segunda-feira (29), foram cumpridos mandados em endereços do filho do ex-presidente.

Lula, na mesma ocasião, pediu também que a Polícia Federal e o Ministério Público atuem “sem pirotecnia”, garantindo a presunção de inocência a todos os investigados. “Quero que essas pessoas tenham direito à presunção da inocência que eu não tive. E eu acho que as pessoas que não devem não temem”, disse ele, em referência ao período em que esteve preso. As decisões que levaram o petista à cadeia depois foram anuladas em decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para o presidente, quem tentou interferir na Polícia Federal foi Bolsonaro. “O cidadão que está acusando foi presidente da República, ele lidou com a Polícia Federal, ele tentou mandar na Polícia Federal, ele trocava superintendente ao bel prazer, sem nenhum respeito ao que pensava o próprio diretor-geral da Polícia Federal, ao que pensava o ministro da Justiça.”

A operação da PF mira principalmente o chamado “núcleo político” de Alexandre Ramagem, que era responsável pela Abin durante a última gestão federal. Carlos Bolsonaro é suspeito de ter recebido informações obtidas ilegalmente pela Abin, sob o comando de Ramagem. O próprio ex-diretor da Agência de Inteligência foi alvo de buscas na última quinta-feira (25), quando foram apreendidos 20 pen drives, 6 aparelhos celulares e 4 computadores em endereços ligados a ele.

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