Professores da rede pública municipal de Fortaleza definiram, em assembleia nesta terça-feira (30), que a classe fará paralisação durante esta semana, até que a Prefeitura apresente proposta de reajuste salarial. O Paço Municipal anunciou que vai apresentar a proposta na sexta-feira (2).
O poder público deverá dar resposta à proposta de reajuste de 10,09% indicada pelo Sindicato União dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza (Sindiute). Conforme o Sindicato, a gestão teve todo o mês de janeiro para elaborar uma resposta à pauta de reivindicações da categoria, que foi apresentada no final do ano passado, expressando insatisfação com o adiamento da negociação.
Com isso, na prática, é adiado o início das aulas letivas na rede municipal, que estava agendado para esta terça-feira.
“2024 é ano eleitoral e temos pouquíssimo tempo para a definição de qualquer pauta financeira. Se não lutarmos hoje, levaremos calote amanhã. Se não lutarmos hoje, teremos nossos direitos retirados. Os professores dos filhos da classe trabalhadora precisam ser respeitados”, declara a presidenta do Sindiute, Ana Cristina Guilherme.
Conforme o Sindicato, o reajuste é crucial para que os profissionais possam alcançar o piso atual do magistério, que foi estabelecido em R$ 4.580,57, e deve ser aplicado de forma linear em toda a carreira. A porcentagem requisitada pelo Sindiute inclui o reajuste pendente do piso de 2017, no valor de 7,64%, somado aos 3,62% referentes a 2024. A entidade diz ainda que há uma defasagem na estrutura salarial dos professores do município.
Além do reajuste, a categoria critica o desconto de 14% nos salários dos aposentados e exige a restituição imediata desse valor. O pagamento do precatório do antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), pendente desde 2015, também é apontado como uma demanda urgente.
Em meio à paralisação, os professores de Fortaleza também questionam a perda de direito aos anuênios e à licença-prêmio por parte dos docentes aprovados no concurso de 2022. Demandam ainda a inclusão dos funcionários de escola no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da Educação, a aplicação da CLT para os professores substitutos e a realização de concursos públicos para professores, técnicos, supervisores e orientadores.
Calendário de Paralisações:
31/01 – Passeata da Praça do Ferreira ao gabinete do prefeito
01/02 – Ato na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor)
02/02 – Ato em frente ao gabinete do prefeito para aguardar audiência e nova assembleia
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