FINANÇAS

Retirada de dinheiro da poupança pressiona mercado imobiliário no Brasil

Com menos recursos na poupança, os bancos têm menos dinheiro disponível para empréstimos no SBPE, que financia imóveis

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13 de fevereiro de 2024
Portal GCMAIS

A fuga contínua de investidores da poupança, a aplicação financeira mais antiga do país, está causando repercussões em diferentes áreas da economia brasileira, com destaque para o mercado imobiliário. O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atualmente está enfrentando os efeitos dessa retirada persistente de fundos da caderneta de poupança.

Retirada de dinheiro da poupança pressiona mercado imobiliário no Brasil
Foto: Alysson Pontes/GCC

No mês de janeiro, os investidores retiraram um montante de R$ 20,1 bilhões a mais do que depositaram, após três anos consecutivos de saques. Em 2023, a poupança perdeu R$ 87,8 bilhões, em 2022 foram R$ 103,2 bilhões e em 2021, R$ 35,4 bilhões.

Atualmente, os bancos são obrigados a destinar 65% dos depósitos da poupança para o SBPE. Esse sistema financia até 80% de imóveis no valor de até R$ 1,5 milhão, com juros limitados a 12% ao ano, o máximo estabelecido pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Esse tipo de financiamento apresenta historicamente baixo risco de inadimplência devido ao limite das parcelas, que não podem exceder 30% da renda do mutuário, e aos prazos de pagamento de até 35 anos.

Marcelo Tapai, advogado especializado em direito imobiliário, destaca uma mudança estrutural no mercado imobiliário, refletindo o crescente desinteresse dos investidores pela poupança. Ele observa que tanto os baixos rendimentos da poupança quanto a variedade de opções no mercado financeiro estão incentivando os investidores a buscar alternativas.

“A diminuição do estoque de dinheiro das poupanças é um caminho sem volta. O mercado financeiro hoje é muito mais simples. Bancos de investimento populares permitem às pessoas físicas investir em instrumentos financeiros com muita facilidade e muito mais perspectiva de retorno. A poupança traz prejuízo e, a cada dia, menos pessoas pensam nela como um investimento”, explica Tapai.

Com menos recursos na poupança, os bancos têm menos dinheiro disponível para empréstimos no SBPE. De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o número de lançamentos de unidades imobiliárias financiadas pelo SBPE diminuiu entre 20% e 30% no ano passado.

A CBIC não faz projeções para o SBPE em 2024. No final do ano passado, a entidade apenas expressou otimismo em uma recuperação no segundo semestre e previu que o número de lançamentos seria pelo menos igual ao de 2023. A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) estima que o volume de crédito no sistema permanecerá estável em relação ao ano anterior, impactado tanto pela retirada de recursos da poupança quanto pelos juros ainda elevados.

Com informações da Agência Brasil

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