A investigação sobre a fuga de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, está em curso e a perícia para revelar a dinâmica do caso deve ser finalizada até esta sexta-feira (16). A informação foi dada pelo secretário Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça, André Garcia, durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (15). A força-tarefa encarregada da recaptura dos foragidos também busca implementar medidas para evitar incidentes similares no futuro.
Segundo Garcia, a prioridade número um é a recaptura dos fugitivos e, posteriormente, garantir que episódios como esse não se repitam. Embora não tenha revelado detalhes sobre a fuga por questões de segurança e estratégia, o secretário ressaltou que todas as medidas necessárias estão sendo tomadas para solucionar o problema imediato e evitar vulnerabilidades no sistema penitenciário federal.
Perícia da fuga em presídio federal de Mossoró
A suspeita de facilitação por parte de servidores da penitenciária não foi confirmada oficialmente, mas Garcia reconhece que houve falha na segurança, enfatizando que fugas não são possíveis quando os procedimentos adequados são seguidos.
A força-tarefa também inclui uma revisão dos procedimentos em todas as unidades prisionais federais e a instauração de um processo administrativo para apurar possíveis responsabilidades. Como parte das medidas adotadas, as visitas sociais e os banhos de sol dos presos nos presídios federais foram suspensos temporariamente.
Os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, ambos naturais do Acre e detidos na penitenciária desde setembro de 2023. Acredita-se que tenham vínculos com o Comando Vermelho, facção liderada por Fernandinho Beira-Mar, que está preso na mesma unidade. A Polícia Federal e autoridades dos estados vizinhos foram acionadas para reforçar as buscas pelos fugitivos e intensificar a segurança nas divisas entre os estados.
O incidente marca o primeiro registro de fuga na história do sistema penitenciário federal, composto por cinco presídios de segurança máxima.
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Helicópteros, drones e 300 policiais atuam na busca por fugitivos em Mossoró
Equipe de 100 agentes da Polícia Federal, 100 da Polícia Rodoviária Federal e 100 agentes das forças policiais locais atuam desde quarta-feira (14) na busca por dois presos que escaparam da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). A operação tem apoio das Forças de Segurança do Ceará.
Também estão sendo utilizados nas buscas três helicópteros (um da Polícia Federal, um da Polícia Rodoviária Federal e um do governo do Rio Grande do Norte) e drones para auxiliar na procura pelos fugitivos.
“Todos os esforços das autoridades federais e locais e com equipamentos importantes como helicópteros e drones estão voltados para a recaptura desses dois fugitivos”, destacou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, nesta quinta-feira (15).
Segundo o ministro, as autoridades acreditam que os fugitivos estão em um perímetro de 15 quilômetros de distância do presídio, onde fica uma zona rural.
“Pelas videocâmeras não identificamos nenhum veículo que os tenha buscado quando transpuseram a grade do presídio. Também não temos notícia de furto ou roubo de veículo na região. Portanto, imaginamos que esses fugitivos devem ainda se encontrar naquela região”, conclui Lewandowski.
Ainda ontem, o ministro determinou o afastamento imediato da atual direção da Penitenciária Federal em Mossoró. Mais cedo, foi nomeado o ex-diretor da Penitenciária Federal de Catanduvas (PR) Carlos Luis Vieira Pires como interventor da unidade prisional.
Também foram acionadas a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), entidade que congrega as policiais federais e estaduais que combatem o crime organizadoOs dois fugitivos foram incluídos no Sistema de Difusão Vermelha da Interpol e no sistema de proteção de fronteiras.
Para apurar as causas da fuga estão sendo realizadas dois tipos de investigação: uma de caráter administrativo, para apurar responsabilidades disciplinares e um inquérito policial que foi aberto no âmbito na Polícia Federal, para apurar eventual responsabilidade de natureza criminal e a participação de pessoas que possam ter facilitado a fuga dos dois detentos.
Conforme o ministro, os dois presos utilizaram ferramentas encontradas dentro do presídio para escapar A unidade estava passando por uma reforma interna e os equipamentos não foram guardados adequadamente, facilitando o acesso dos detentos.
“Eles usaram um alicate que certamente estava jogado no canteiro de obras, quando deveria estar trancado, como ocorre em outras reformas de presídios”, explicou.
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