O índice de pobreza na Argentina aumentou em janeiro e alcança cerca de 27 milhões de pessoas, o equivalente a 57,4% da população. O indicador atingiu o maior nível em 20 anos, conforme o estudo “Argentina século XXI: Dívidas sociais crônicas e desigualdades crescentes. Perspectivas e desafios”, divulgado pelo Observatório da Dívida Social Argentina.
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O documento, elaborado pela Pontifícia Universidade Católica da Argentina, aponta que o aumento da pobreza está relacionado à desvalorização da moeda, promovida pelo governo em dezembro. A medida elevou os preços da cesta básica e dos alimentos em geral.
Os mais afetados pela queda de renda no início de 2024 foram as famílias de classe média baixa e os trabalhadores com escassa qualificação, principalmente os que não estão incluídos em políticas sociais específicas.
O diretor do Observatório da Dívida Social, Agustín Salvia, aponta que o documento se baseia numa “simulação estatística a partir de dados da pesquisa do terceiro trimestre do ano passado”. Ele observou que “se a inflação cair, haverá um alívio rápido” do índice. “Caso contrário, enfrentaremos uma catástrofe social”.
Pobreza na Argentina
Em publicação na rede social X, antigo Twitter, o presidente argentino, Javier Milei, reagiu à pesquisa e responsabilizou os políticos pelo aumento da pobreza no país. Segundo ele, o empobrecimento é resultado de uma “verdadeira herança do modelo de castas”.
“Os políticos têm de compreender que o povo votou pela mudança e vamos dar as nossas vidas para levá-la adiante”, publicou Milei.
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