Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, defendeu que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva seja um porta-voz para a solução de dois Estados, no que diz respeito ao conflito em Gaza. A declaração do diplomata sucede a repercussão em torno de uma fala de Lula em que ele compara os ataques de Israel à população palestina ao Holocausto, sofrido pelos judeus no século XX.
A chamada solução de dois Estados é uma proposta para o fim dos conflitos na Faixa de Gaza, entre israelitas e palestinos, sugerindo que haja dois Estados independentes na região existindo pacificamente, com territórios delimitados e soberania política. “Nunca haverá segurança e estabilidade política para Israel enquanto a Palestina não tiver seus direitos garantidos”, disse Borrell, ao tratar do assunto. “Todos concordam que a guerra deve acabar, mas não concordam sobre como fazer isso”, falou ele ainda.
Na ocasião, o diplomata também opinou que Lula não quis fazer uma equivalência entre Israel e a atuação dos nazistas durante o Holocausto. “Não quero interferir em questões internas, mas está claro que Lula não queria fazer uma comparação com Gaza e o que os alemães e outros fizeram”, disse.
Contexto
Em entrevista coletiva durante viagem oficial à Etiópia, o presidente brasileiro classificou as mortes de civis em Gaza como genocídio, criticou países desenvolvidos por reduzirem ou cortarem a ajuda humanitária na região e disse que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”. “Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças”, disse Lula.
Em seguida, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, condenou a declaração, comunicando ainda que o presidente brasileiro é “persona non grata” em Israel até que Lula se retrate sobre o que foi dito.
Depois disso, o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, chegou a classificar como “absurda” a decisão de Israel. “Só aumenta o Isolamento de Israel. Lula é procurado no mundo inteiro e no momento quem é [persona] non grata é Israel”, disse ele.
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