Enquanto a epidemia de dengue tem dominado as manchetes, a febre chikungunya tem avançado silenciosamente em várias regiões do Brasil, despertando pouca atenção da imprensa. Nos últimos anos, o aumento dos casos de chikungunya tem gerado preocupação entre as autoridades sanitárias, levantando questões sobre a gravidade e letalidade dessa doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) historicamente associou a chikungunya a dores articulares incapacitantes, considerando casos graves e mortes como raros e geralmente ligados a problemas de saúde preexistentes. No entanto, estudos recentes desafiam essa visão, destacando uma mortalidade significativa associada à infecção pelo vírus CHIKV, que supera a mortalidade causada pelo vírus da dengue.
Os estudos revelam um cenário alarmante, evidenciando que o vírus da chikungunya pode ser mais letal do que se pensava, afetando mesmo pacientes jovens e previamente saudáveis. As dificuldades de diagnóstico, especialmente quando ocorre simultaneamente com a dengue, contribuem para subnotificação e subestimação da sua gravidade.
Em várias regiões do Brasil e em outros países das Américas, os dados mostram um excesso significativo de mortes durante as epidemias de chikungunya, muitas das quais não foram devidamente atribuídas à doença. Essa subnotificação é preocupante, pois revela uma lacuna na vigilância epidemiológica e na compreensão do verdadeiro impacto da chikungunya na saúde pública.
A falta de reconhecimento das formas graves e fatais da chikungunya tem implicações importantes para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e controle eficazes, incluindo a necessidade urgente de investimentos em pesquisa, conscientização pública e implementação de medidas de vigilância mais rigorosas. Além disso, a aprovação e inclusão de vacinas contra a chikungunya nos programas de imunização são cruciais para conter a propagação da doença e salvar vidas.
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