A Polícia Civil do Ceará fechou uma clínica estética clandestina no bairro Dendê, em Fortaleza, e prendeu os proprietários. A ação foi desempenhada após denúncia de uma mulher que foi atendida no local e teve sérias complicações de saúde em decorrência do procedimento.
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Conforme as forças de segurança, o estabelecimento usava uma substância chamada polimetilmetacrilato, ou PMMA, para fazer preenchimento nas clientes. Trata-se de um componente plástico, muito usado na indústria automobilística, cujo uso em seres humanos é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A mulher que denunciou a atuação irregular foi até uma delegacia da Polícia Civil relatar o ocorrido, e os policiais contam que ela chegou já “muito debilitada”.
“Já que era um caso grave, ela já apresentava muitos danos na região do glúteo, onde foi aplicado o produto proibido, solicitamos encaminhamento imediato para o hospital. Ela tomou cerca de 10 antibióticos diferentes, em casa, e como não deu jeito ficou internada. Hoje ela aguarda cirurgia reparatória, porque o estrago foi grande”, explica o delegado Valdir Passos, titular do 5º Distrito Policial (5º DP).
Ele conta ainda que, no momento em que a Polícia foi até o local fazer a interdição, duas pacientes vinham sendo consultadas pela proprietária. Uma delas estaria agendando o recebimento de 800 ml de PMMA no glúteo, e estavam sendo discutidos valores.
No momento da abordagem, a polícia foi acompanhada da vigilância sanitária e da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), que verificaram a existência de descartes irregulares de material hospitalar e uso de produtos vencidos, que eram aplicados nas pacientes. O local foi lacrado pela vigilância sanitária até que haja um desfecho para o processo administrativo que será instaurado.
Conforme a investigação, o principal atrativo para a clínica era o valor cobrado, menor do que o usual do mercado – esse valor reduzido era possibilitado pelo uso de substâncias irregulares e pela própria natureza clandestina da clínica estética. No entanto, segundo Valdir Passos, os policiais observaram que o local era frequentado por pessoas de classe média e alta, levando em conta os veículos dos clientes que apareciam na clínica.
A mulher, que fazia os atendimentos com as clientes, também não tem qualquer formação na área. Ela foi autuada pelo artigo 273, de crime contra a saúde pública, além de crime contra as relações de consumo e exercício ilegal da medicina. O marido dela, por sua vez, seria o responsável por adquirir o produto irregular, enquanto ela lidava com a clientela.
A polícia indica que as redes sociais eram o principal meio de divulgação e de atração de novos clientes. Com isso, a investigação também pediu também o bloqueio dos perfis da clínica.
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