Após uma década de julgamento, uma mulher de 32 anos foi absolvida na última terça-feira (5) pela 1ª Vara do Júri de Fortaleza. Ela enfrentava acusações de tentativa de homicídio contra seu ex-marido, mas a defesa utilizou a tese de esgotamento emocional, resultando em sua absolvição.
A Defensoria Pública do Estado prevaleceu sobre o Ministério Público do Ceará, que buscava a condenação da mulher por crime premeditado, que poderia resultar em uma pena de seis a 20 anos de prisão. A Promotoria ainda não anunciou se recorrerá da decisão.
O caso remonta a 2 de janeiro de 2014, quando a mulher agrediu seu então namorado com uma facada em Fortaleza. Após ser presa em flagrante, ela passou quatro meses detida, durante os quais seu filho ficou sob os cuidados de uma tia-avó materna. Mesmo após sua liberação, ela continuou respondendo pela acusação de tentativa de homicídio.
Durante o julgamento, aspectos como a história de vida dela e o contexto emocional da situação foram considerados. A mulher, que não possui renda formal, foi criada pelos avós e cresceu sem a presença dos pais. A briga que resultou na agressão ocorreu quando ela deixou seu filho na casa do pai, momento em que começou o conflito. A defesa destacou o esgotamento mental e a sobrecarga emocional enfrentada por ela, enfatizando sua falta de suporte familiar e financeiro.
Michele Camelo, defensora pública envolvida no caso, ressaltou a importância de considerar o contexto completo da vida da mulher e sua situação emocional. O júri levou em conta esses fatores ao tomar sua decisão, resultando na absolvição das acusações de tentativa de homicídio.
* Para preservar a identidade da mulher não foi divulgado o nome dela
Leia também | Regiane Alves divulga espetáculo “Nosso Irmão” no Grupo Cidade