O estado do Ceará vai ser contemplado com seis novos campi de institutos federais, conforme divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) na manhã desta terça-feira (12). Serão dois novos campi em Fortaleza, além de um no município de Cascavel, um em Mauriti, um em Campos Sales e um em Lavras de Mangabeira.
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As novidades integram um pacote com 100 novos campi de institutos federais divulgados pelo Ministério, contemplando todo o território brasileiro, com um investimento total de R$ 3,9 bilhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). Com isso, a projeção é de que sejam criadas 140 mil novas vagas no país, a maioria em cursos técnicos integrados ao ensino médio.
Dos R$ 3,9 bilhões a serem investidos em obras por meio do Novo PAC, R$ 2,5 bilhões serão para a criação de novos campi e R$ 1,4 bilhões para a consolidação de unidades dos IFs já existentes, como a construção de refeitórios estudantis, ginásios, bibliotecas, salas de aula e ainda aquisição de equipamentos.
Atualmente, o estado conta com 34 unidades integradas à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Os novos campi, indica o MEC, serão construídos em municípios que não contam com a presença dos Institutos Federais (IFs) ou que têm baixa cobertura de educação profissional relativa à população.
A princípio, todos os novos campi deverão ser unidades do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), que portanto será expandido.
Novos campi de institutos federais no Ceará
Os institutos federais oferecem, além da formação usual do ensino médio, cursos de qualificação profissional, cursos técnicos e de graduação e pós-graduação. Conforme a gestão federal, é parte do papel desse tipo de instituição de ensino atrelar suas ações às vocações de cada território, de modo a gerar transformação nas regiões onde estão instalados.
Ainda conforme o Ministério da Educação, o objetivo da nova expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica é aumentar a oferta de vagas na educação profissional e
tecnológica (EPT). O governo federal destaca que se trata da primeira expansão dos IFs em quase 10 anos.
Impacto
Conforme a servidora Priscilla Uchoa, que é assistente de Alunos do Campus Sobral do IFCE e diretora do Sindicato dos Servidores do Ceará, a perspectiva é de que a expansão se traduza em um impacto positivo à educação no estado.
“É muito relevante expandir essa educação básica e superior de qualidade para o interior, como temos aí três cidades mais na região sul do estado, pelo Cariri, onde ainda há uma defasagem maior de instituições de ensino de qualidade públicas, embora a UFC [Universidade Federal do Ceará] tenha mudado muito a geografia do local, além da Urca [Universidade Regional do Cariri]”, pontua ela.
Há, por outro lado, alguma preocupação no que diz respeito à remuneração de profissionais e problemas estruturais nos campi que já existem, uma vez que essas questões já hoje são cobradas à gestão federal por parte dos servidores. O lançamento desta terça prevê uma quantia de R$ 1,4 bilhão para cobrir gastos de unidades já existentes, mas ela sublinha que essa destinação é pontual.
“É preciso que haja um esforço, uma luta constante para recompor o orçamento dos institutos federais, assim como tem agora recentes promessas de recomposição de parte do orçamento das universidades. Porque tanto institutos quanto universidades sofreram nos anos de 2016 até 2021, 2022, com muitos contingenciamentos, popularmente chamamos de cortes, mas esses contingenciamentos fazem com que a realidade atual seja de que os campi cresceram”, explica Priscilla.
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