Em visita ao Grupo Cidade de Comunicação nesta quarta-feira (27), o ministro das comunicações, Juscelino Filho, concedeu entrevista exclusiva ao Jornal da Cidade e revelou detalhes sobre o projeto para levar banda larga a 100% das escolas do país. Ele falou também sobre a ação que está percorrendo capitais e outros municípios do Brasil para avaliar a qualidade da internet móvel ofertada pelas operadoras aos brasileiros: a Blitz da Telefonia Móvel.
Em entrevista à jornalista Bianca Saraiva ele falou sobre a polêmica envolvendo a usina de dessalinização na Praia do Futuro, as ações para levar internet de qualidade para áreas de zonas rurais e Amazônia e comentou sobre o projeto de taxações das chamadas big techs. Confira abaixo:
O que o ministério trouxe de concreto sobre esse processo de aferição da conectividade da internet móvel?
Construímos essa ação da Blitz da Telefonia Móvel a partir do anseio da população. Hoje a banda larga móvel é um item essencial na vida das pessoas e a qualidade desse serviço é muito importante e diante das reclamações, nós construímos uma política pública que vai em três direções: o ministério se fazer presente junto à Anatel para aferir a qualidade do sinal, da velocidade da rede, a outra buscar mecanismos para poder ampliar a cobertura de sinal e por último bonificar, as operadores que prestarem bom serviço, vamos premiá-las através de um selo de qualidade. Nós estabelecemos prazos, temos 30 dias para este relatório chegar até as operadoras e outros 30 dias para dar um retorno sobre a resolução do problema, depois fazemos um novo mapeamento para conferir o que foi feito.
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Quais as ações para as áreas rurais e Amazônia?
O presidente Lula nos deu uma missão de levar a inclusão digital para esses brasileiros que não têm acesso. Estamos através das políticas públicas do ministério buscando chegar nessa população, com cobertura 4G nas comunidades, temos o Norte Conectado que está levando cabos de fibra ótica para todas as capitais do Norte. Não existe inclusão social sem inclusão digital.
É fundamental que haja esse avanço para que o país cresça
Como eu disse é um item essencial na vida das pessoas não só no dia a dia como também de forma transversal e setorial, no agronegócio, na educação. Temos a estratégia nacional das escolas conectadas. Queremos até 2026 conectar com banda larga 100% das escolas estaduais e municipais para usar a internet com uso pedagógico. Hoje esse percentual é de 10%. Na saúde temos chegada da telemedicina para levar o médico aonde ele não pode chegar. Não se tem comunicação onde a internet não chega com qualidade.
Como foi o encontro com o governador para falar sobe um projeto muito importante para o Ceará. Como foi esse encontro?
Tivemos uma reunião com o governador Elmano para tratar da implantação da usina de dessalinização onde há um debate em torno desse projeto dos impactos que poderiam ter com os cabos submarinos, onde é o hub de entrada de dados do Brasil ali na Praia do Futuro. Buscamos um diálogo com todos os órgãos. A discussão está na parte terrestre, o governo se comprometeu de fazer alguns estudos e apresentar à agência e isso foi feito. Nas próximas semanas vamos emitir uma posição do ministério sobre isso. Vamos estar evoluindo para uma solução mais breve sobre isso.
O senhor acredita que o projeto vai ser concretizado?
Uma parte foi superada, a questão do mar e as discussões em torno da parte terrestre que as empresas de telefone reclamavam e que os estudos comprovaram que os impactos são baixos, o ministério vai analisar, o que a gente espera é conseguir uma convergência e conviver com os dois projetos. Assim que tivermos um retorno dos técnicos vamos emitir um parecer sobre aquela usina na Praia do Futuro.
O que o senhor tem a falar sobre as fake news sobre a taxação das big techs e a regulamentação em relação às fake news?
O mundo já está discutindo, como na União Europeia, que já regulamentou. Que a gente trate a taxação das big techs separadamente desse debate da regulamentação, das fake news. É um debate que entra na ideologia onde o congresso está muito dividido e por isso não se conseguiu avançar muito lá dentro, já a taxação não, a gente está construindo uma proposta para apresentar ao presidente Lula sobre isso para que a gente possa trazer ao Brasil essas grandes empresas que faturam bilhões para que elas tenham uma responsabilidade social com o Brasil e com essa taxação, a gente conseguir levar projetos a essas pessoas, vamos levar ao presidente e encaminhar ao Congresso Nacional.
Assista à entrevista completa:
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