O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, demitiu o diretor Humberto Gleydson Fontinele, do presídio de Mossoró de onde fugiram dois detentos. A decisão foi divulgada após os criminosos serem recapturados. O diretor da unidade prisional estava afastado do cargo já desde o mês de março.
Os detentos escaparam na quarta-feira de cinzas deste ano, em 14 de fevereiro, e foram recapturados nesta quinta-feira (4), quase dois meses depois. Trata-se da primeira fuga registrada no sistema penitenciário federal desde que ele foi criado, em 2006, para isolar lideranças de organizações criminosas e presos de alta periculosidade.
A captura dos fugitivos ocorreu por volta das 13h30, em um trecho da BR-222 próximo à cidade de Marabá (PA), a cerca de 1,6 mil quilômetros de distância da unidade de segurança máxima de onde Mendonça e Nascimento escaparam.
O diretor demitido por Lewandowski havia sido nomeado por Ricardo Cappeli, em 17 de abril do ano passado, quando ele estava atuando como interventor federal. Desde que foi afastado do cargo, em março, ele é substituído pelo policial penal Carlos Luís Vieira Pires, que antes atuava como coordenador-geral de Classificação e Remoção de Presos, em Brasília.
Tempo de captura
Lewandowski, ao falar sobre a recaptura dos detentos, avaliou que não viu demora para Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento e serem novamente presos. Segundo ele, a caçada aos criminosos, ao longo de 50 dias, se deu em um tempo “razoável”.
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“É preciso lembrar que estamos lutando contra o crime organizado”, frisou o ministro. “Diria que segue os paradigmas internacionais de fugitivos de penitenciárias. Isso em um país de dimensões continentais. Além disso, o local onde eles se refugiaram é de mata, de caatinga, e a busca pela recaptura foi prejudicada por intensas chuvas. Isso em uma área imensa”, afirmou Lewandowski, atribuindo o que classificou como um “êxito” do Estado brasileiro ao trabalho conjunto de inteligência.
A operação feita em conjunto entre a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal teve a participação de mais de 500 agentes de segurança de diferentes forças federais e estaduais. De acordo com o ministro, os trabalhos de investigação continuam.
“Ainda estamos investigando qual organização criminosa participou efetivamente das fugas. Em um primeiro momento, soubemos que, infelizmente, alguns moradores foram cooptados pelos criminosos, facilitando a fuga. Depois, houve, realmente, a vinda de veículos que os transportaram, primeiramente até Baraúna [RN], a 34 quilômetros de distância, de onde eles tentaram se evadir para o exterior, com o auxílio de vários outros carros”, comentou ainda.
Com informações da Agência Brasil
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