O PDT Ceará divulgou neste sábado (6) uma nota defendendo o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes, após o PT ter publicamente condenado falas de Ciro sobre a troca de cadeiras no Senado Federal. Conforme o partido, ele foi “vítima de acusações levianas e infundadas patrocinadas pelo PT do Ceará”.

Ciro inicialmente criticou a ida ao Senado de Janaina Farias (PT), que é segunda suplente de Camilo Santana (PT) na casa e atua como assessora especial no Ministério da Educação (MEC). O PT, em reação às falas do ex-presidenciável, criticou a postura de Ciro e o acusou de ter “dificuldade em aceitar mulheres no poder”.

O PDT, na nota divulgada neste sábado, pontua que Ciro se tornou “alvo preferencial dos ataques petistas por adotar a postura de quem não tolera a mentira e a hipocrisia como elementos da ação política”. Pontua ainda que Ciro foi pioneira na composição de secretariado com pelo menos metade da titularidade sendo ocupada por mulheres.

Também alfineta o PT fazendo referência ao processo de escolha da candidatura da sigla à Prefeitura de Fortaleza, chamando de “massacre” o que é feito com a ex-prefeita e deputada federal Luizianne Lins. Luizianne disputa a indicação para ser candidata com quatro outros nomes dentro do partido, tendo como principal competição o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão, que entrou no PT no ano passado.

O PDT, na nota, aproveita para reforçar a posição de oposição à gestão do governador Elmano de Freitas (PT), pontuando que o estado hoje “vive um grave processo de retrocessos”, citando “grave crise fiscal de poucos precedentes”.

Ciro sobre Janaina

Durante o evento de lançamento das pré-candidaturas a vereador pelo PDT para o pleito de Fortaleza, na última quinta-feira (4), Ciro questionou a ida de Janaina Farias à cadeira de Camilo no Senado.

Camilo foi eleito como titular, em 2022, mas em 2023 assumiu o Ministério da Educação (MEC), a convite do presidente Lula, de modo que o mandato no Senado vem sendo cumprido pela sua primeira suplente, Augusta Brito (PT). Augusta pediu licença de 120 dias, começando no início de abril, abrindo espaço para que a segunda suplente, Janaina Farias, atue na casa legislativa.

“Quem está assumindo o Senado Federal hoje? Sabe qual é o serviço prestado para ir ao lugar de Vigílio Távora, de Tasso Jereissati, de Mauro Benevides, de Patrícia Saboya, que tinha uma longa história de políticas sociais, pioneira da política de creche? Aí vai agora a assessora para assuntos de cama do Camilo Santana para o Senado da República? Onde é que nós estamos?”, questionou Ciro na ocasião.

PT reage a Ciro

Após a fala de Ciro, o PT divulgou nota rechaçando as declarações e acusando o pedetista de ter “dificuldade em aceitar mulheres no poder”. No texto em questão, o partido ainda lembrou que Ciro ficou em quarto lugar nas eleições presidenciais de 2022 e exaltou a trajetória de Janaína no cenário político.

“O ex-candidato à Presidência, que ficou em quarto lugar, atrás inclusive de uma mulher, Simone Tebet, não aceita a igualdade na política. E muito menos, a igualdade entre os gêneros. A senadora Janaína Farias tem uma trajetória de luta e coerência política. É uma nova voz das mulheres, do Ceará e do sertão nordestino. Merece respeito e aplauso. Já o Sr. Ciro, enterra cada vez mais a sua história na política”, pontuou ainda o PT, na nota.

Confira na íntegra a nota do PDT Ceará, que rebate nota do PT sobre Ciro Gomes:

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) vem a público prestar solidariedade ao ex-governador do Ceará, ex-prefeito de Fortaleza e ex-ministro Ciro Gomes, vítima de acusações levianas e infundadas patrocinadas pelo PT do Ceará.

Um dos quadros mais honestos da vida pública e política do País, Ciro Gomes tornou-se alvo preferencial dos ataques petistas por adotar a postura de quem não tolera a mentira e a hipocrisia como elementos da ação política.

Ao tempo em que acusa Ciro Gomes de violência política de gênero, a direção petista do Ceará esquece de dizer que o ex-governador e ex-prefeito Ciro Gomes foi o pioneiro na composição de secretariado com, no mínimo, metade da titularidade sendo ocupada por mulheres.

O grupo petista também silencia sobre a violência e o massacre que a sua direção e as principais lideranças do partido impõem à ex-prefeita e deputada federal Luizianne Lins no processo interno de escolha do nome do partido para a disputa eleitoral em Fortaleza.

“Sepulcros caiados” combinam com essa postura e práticas.
Sabedores da inteligência e da capacidade de discernimento da gente cearense, nós do PDT advertimos que nos manteremos vigilantes para denunciar as práticas da dissimulação e da tentativa de macular a reputação de quem não comunga com seu ideário de obsessão cega pelo poder. Também continuaremos vigilantes com o que acontece no nosso Estado que vive um grave processo de retrocessos. Estamos afundados numa grave crise fiscal de poucos precedentes, os indicadores sociais e econômicos estão em franco processo de piora e não temos qualquer projeto de desenvolvimento em curso.

O mais grave é que as práticas políticas mais atrasadas de um passado recente do Ceará voltaram a reinar.

A hipocrisia repugna tanto ou mais que a mentira!!
Toda a nossa solidariedade a Ciro Gomes!!

DIRETÓRIO ESTADUAL DO PDT

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