O empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), têm protagonizado embates públicos, ao longo dos últimos dias, desde que Musk fez declarações questionando decisões da Justiça brasileira. Entenda como o conflito tem escalado e quais podem ser as consequências disso.

As provocações começaram ainda no sábado (6), quando o empresário questionou por que Moraes “exige tanta censura no Brasil”. O comentário de Musk veio na sequência de acusações de censura feitas pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger na última semana. Segundo Shellenberger, “o Brasil está envolvido em um caso de ampla repressão da liberdade de expressão liderada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes”.

Antes, em janeiro, o dono da rede social já tinha se pronunciado sobre o tema. Na ocasião, ele se disse preocupado com a “censura imposta” por Moraes ao determinar bloqueios de contas – o ministro é responsável por inquéritos como os das milícias digitais e do 8 de janeiro, que investigam a disseminação de informações falsas e o golpe de janeiro de 2022. Ao longo das investigações, Moraes ordenou o bloqueio de contas de alguns dos investigados por uso das redes sociais para práticas irregulares.

Elon Musk, além disso, ameaçou reativar na rede social as contas de usuários bloqueados pela Justiça, portanto batendo de frente com decisões de Moraes. Musk disse que tem intenção de fazer isso mesmo que acarrete no fechamento da empresa no Brasil e na perda de receita, enfatizando que os princípios “são mais importantes que lucros”.

No domingo (7), Musk disse ainda que Moraes “traiu descaradamente e repetidamente a constituição e o povo do Brasil” e que ele “deveria renunciar ou sofrer impeachment”.

Em reação, Moraes determinou uma investigação contra Elon Musk e multa de R$ 100 mil por dia caso as decisões anteriores da Justiça sejam descumpridas – em referência aos bloqueios de contas determinadas nos inquéritos em questão. Na decisão, Moraes diz ter visto indícios de tentativa de obstrução da Justiça, além de incitação ao crime nas publicações feitas por Elon Musk ao longo dos últimos dias.

As discussões de teor político têm pautado o uso do X desde que a rede social foi comprada por Elon Musk, em outubro de 2022 – tendo ele, em seguida, mudado o nome de Twitter para X. Ao falar sobre o assunto em 2023, ele disse que adquiriu a empresa porque tinha medo de um “vírus de esquerda” dominar por completo os Estados Unidos. Segundo ele, esse vírus é “fundamentalmente anticientífico, anti-meritocracia e anti-humano”.

Com isso, a filial brasileira da rede social por enquanto aguarda orientações da sede, nos Estados Unidos, sobre como prosseguir na questão. Caso a empresa dê a cabo as declarações do dono, o conflito jurídico poderá se complicar.

Há a perspectiva de o X descumprir as decisões, provocando novas reações de Moraes e um possível fechamento da plataforma no Brasil. Há ainda a possibilidade de a rede entrar na Justiça sobre o caso, em embate direto.

Está posta na mesa ainda a hipótese de uma resposta de cunho institucional, por parte do Supremo, contra as investidas de Elon Musk – até o momento, as reações vieram de Moraes em específico.

Sobre o X, antigo Twiiter

O X, antigo Twiiter, é uma plataforma de mídia social e microblogging onde os usuários podem postar e interagir com mensagens curtas chamadas “tweets”. Fundado em 2006, o Twitter permite que os usuários compartilhem pensamentos, notícias, links, imagens e vídeos em até 280 caracteres por tweet (originalmente limitado a 140 caracteres até 2017).

Os usuários podem seguir outros usuários para ver seus tweets em suas linhas do tempo, e também podem “retweetar” (compartilhar) tweets de outros para seus próprios seguidores. Além disso, os usuários podem responder a tweets, mencionar outros usuários usando o símbolo “@” e usar hashtags para categorizar ou encontrar tweets relacionados a um tópico específico.

O Twitter é usado por indivíduos, celebridades, políticos, empresas e organizações para se comunicarem com um amplo público e acompanhar eventos e tendências em tempo real. É uma plataforma popular para compartilhamento de notícias, discussões sobre eventos atuais, networking, marketing e engajamento do público.

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