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Instabilidade na energia impulsiona prejuízo de bares e restaurantes no Ceará, diz Abrasel

Metade dos bares e restaurantes do Ceará registrou prejuízo em fevereiro

Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

A instabilidade no fornecimento de energia está gerando prejuízos para os bares e restaurantes do Ceará. A afirmação é da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no estado. De acordo com o presidente da Abrasel no Ceará, Taiene Righetto, além da falta constante de energia, o cenário de chuvas tem prejudicado o cenário econômico dos estabelecimentos.

“Em fevereiro, tivemos uma dificuldade extrema que se refletiu nas vendas do setor: as chuvas intensas atrapalharam o carnaval. E também as constantes quedas da energia fornecida pela Enel. Isso aprofunda as dificuldades e torna ainda mais importante um olhar para os estabelecimentos, que lutam para pagar as dívidas, em um cenário de queda do movimento”, aponta.

Procurada pelo GCMAIS, a Enel Distribuição Ceará informa que a rede elétrica vem sendo severamente impactada pelas chuvas intensas, acompanhadas de ventos fortes e descargas atmosféricas, que atingem o estado desde o inicio do ano. A empresa diz ainda que tem atuado em planos de ações mais robutos e estruturados para os feriados e datas comemorativas, aumentando o contingente de equipes em áreas estratégicas do estado, para agilizar os trabalhos e diminuir os impactos. Sobre os pontos abordados pela Abrasel, a distribuidora informa que mantém contato com os representantes do setor e que está aberta ao diálogo para ouvir novas demandas e solucioná-las.

Balanço do prejuízo de bares e restaurantes no Ceará

Metade das empresas de bares e restaurantes no estado do Ceará tiveram prejuízo em fevereiro deste ano, conforme dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Isso equivale a 30 pontos percentuais a mais do que havia sido registrado no mês imediatamente anterior, janeiro.

Os dados apontam ainda que 22% dessas empresas operaram em estabilidade, no estado, enquanto 28% tiveram lucro. Os principais fatores que levaram à queda de desempenho foram queda nas vendas do mês (75%), redução no número de clientes (73%) e dívidas com impostos, taxas e encargos (45%).

Outro dado levantado pela organização indica que 40% dos estabelecimentos não conseguiram aumentar os preços nos últimos 12 meses. Além disso, 51% fizeram reajustes conforme ou abaixo da inflação e apenas 9% reajustaram acima da inflação.

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Taiene Righetto conta que o otimismo que havia na recuperação está se esvaindo no Ceará. “Hoje apenas um em cada cinco pretende contratar ainda este semestre, mesmo que estejam por vir datas importantes, como o dia das mães e o dia dos namorados”, assinala.

De acordo com o levantamento da Abrasel, 22% dos empreendedores do estado pretendem contratar mão de obra no primeiro semestre de 2024. Enquanto isso, 46% esperam manter o atual quadro de funcionários e outros 27% pensam em demitir.

Em relação ao fator endividamento, 54% das empresas têm dívidas em atraso, um aumento de um ponto percentual em relação à pesquisa anterior. Destas, 75% devem impostos federais, 54% devem impostos estaduais, 39% têm empréstimos bancários, 34% devem serviços públicos (água, luz, gás, telefone), 25% taxas municipais, 23% devem fornecedores de insumo, 21% devem encargos trabalhistas/previdenciários, 16% estão com aluguel atrasado, 7% fornecedores de equipamentos e serviços e 5% empregados.

Situação dos bares e restaurantes pelo Brasil

Conforme a Abrasel, 31% das empresas do ramo no Brasil operaram no vermelho no mês de fevereiro, o que equivale ao pior índice desde março do ano passado. O principal fator, nesse contexto, é o acúmulo de dívidas. Além disso, outros 38% dos estabelecimentos trabalharam em equilíbrio e 31% tiveram lucro, o que representa uma queda de quatro pontos percentuais em relação à pesquisa anterior.

Ainda segundo a pesquisa, três dos principais fatores responsáveis pelo desempenho negativo das empresas que operaram em prejuízo foram a queda das vendas no mês (76%), redução do número de clientes (66%) e custo de alimentos e bebidas (42%).

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