Conforme a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o estado registrou um total de 26 casos confirmados de Doença de Chagas Aguda nos últimos seis anos, entre 2018 e a última terça-feira (9). O Dia Mundial da Doença de Chagas, celebrado no próximo domingo (14), lembra a importância de conscientização sobre a doença, em especial os cuidados de prevenção.
Ela, hoje considerada endêmica no Ceará, é transmitida principalmente por meio do contato com as fezes dos triatomíneos, que são os insetos popularmente conhecidos como barbeiros. Com isso, é destacada a importância de fazer a coleta adequada do inseto nas residências ou em áreas rurais. Existem hoje cerca de 1.050 equipamentos aptos a coletar esses insetos em todo o estado.
“Para a coleta e envio da análise, você deve pegar uma sacola de plástico ou de papel, colocar as mãos dentro, depois posicionar em cima e reverter o saquinho de modo que o inseto fique dentro, de preferência vivo”, explica a bióloga, doutora em Saúde Pública e articuladora do Grupo de Trabalho (GT) de Doença de Chagas da Sesa, Cláudia Mendonça.
O material então deve ser levado para a unidade de saúde mais próxima, ao setor de endemias das secretarias municipais de Saúde ou ainda para um Posto de Informação de Triatomíneos (PIT).
Conforme a Secretaria da Saúde, existem hoje em dia nove espécies de triatomíneos distrbuídos entre os 184 municípios cearenses, e muitos deles convivem com o ser humano.
Sintomas
Alguns dos sintomas da doença, na fase aguda, são dor de cabeça, fraqueza intensa, febre prolongada e inchaços no rosto e nas pernas. A doença também pode evoluir para a forma crônica, podendo ser assintomática, cardíaca, digestiva ou ainda cardiodigestiva.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), atualmente há prevalência de pessoas no Brasil que enfrentam o estágio crônico, ou seja, quando ela pode ser mais silenciosa. Estudos apontam que o percentual da população infectada no País pode chegar a 2,4% do total, o equivalente a 4,6 milhões de pessoas.
Tratamento
A orientação, em caso de infecção por Doença de Chagas, é procurar atendimento médico imediato – no caso do Ceará, a doença pode ser tratada em diferentes equipamentos da gestão estadual.
“Nos casos agudos, os pacientes são encaminhados para o atendimento terciário, assim como se houver complicações cardíacas ou digestivas. A suspeita clínica, diagnóstico precoce, tratamento de casos indeterminados e acompanhamento ao longo da vida deve ser feito, em sua maioria, na atenção primária”, explica Cláudia Mendonça.
Curso
A Secretaria da Saúde, em meio a isso, vai disponibilizar pela primeira vez o Curso Básico de Vigilância e Controle da Doença de Chagas. O objetivo é ampliar a detecção e a cobertura diagnóstica da enfermidade, por meio de ação da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), vinculada à Sesa.
Conforme anunciado, inicialmente serão cerca de 350 profissionais capacitados, atuantes nas áreas de Vigilância Epidemiológica, Atenção Primária, Assistência Farmacêutica e em setores variados do Sistema Único de Saúde do Ceará (SUS).
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