O medo da violência dentro de unidades de saúde de Fortaleza e de todo o estado tem sido uma pauta recorrente entre funcionários e pacientes. Após o crime dentro do Instituto Doutor José Frota (IJF), o sindicato que representa os trabalhadores da saúde decidiu acionar o Ministério Público para cobrar medidas urgentes em relação à insegurança no hospital.
Já faz algum tempo que a população de Fortaleza vive assustada com a falta de segurança nas unidades de saúde do município. A sensação se justifica por conta das ocorrências que vêm sendo registradas nesses locais. Este ano, criminosos invadiram o Frotinha do Antônio Bezerra e assaltaram o vigilante, levando a arma de fogo dele.
Em Messejana, o clima de insegurança deixa Seu José Silvestre, de 59 anos, com medo de ir ao posto perto de casa, mesmo precisando ir constantemente por conta de problemas de saúde.
“Venho para o atendimento e às vezes entra gente que ninguém sabe quem é. Aqui já soube de quatro assaltos. A gente não tem segurança de nada. Não tem policiamento”, disse José Silvestre.
O problema é observado em outras unidades de saúde, seja de grande ou pequeno porte. Em março deste ano, um paciente sob escolta policial, que recebia atendimento no IJF, tentou fugir usando cordas de lençóis, acabou contido por vigilantes. Em 2021, um paciente furtou uma pinça cirúrgica e tentou assassinar outro paciente. Durante a tentativa de homicídio, o suspeito ainda feriu duas enfermeiras que trabalhavam no hospital e atacou um policial, que tentou impedir o crime.
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Nesta terça-feira (23), um funcionário terceirizado do IJF foi assassinado a tiros e teve a cabeça arrancada enquanto trabalhava no hospital. O suspeito, que foi preso horas após o crime, já havia trabalhado no hospital e entrou lá usando o reconhecimento facial. Outro funcionário também foi atingido pelos disparos e socorrido na emergência do próprio hospital.
Testemunhas relataram uma verdadeira cena de filme de terror, que assustou todos que estavam no local. Esse é o caso da diarista Emiliana de Sousa, que está acompanhando a irmã, internada no IJF há dois meses.
“Todo mundo ficou nervoso. Paralisou praticamente tudo. Os funcionários ficaram nervosos, com medo do homem ainda estar dentro do hospital e fazer alguma coisa com mais alguém”, disse a diarista.
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Um dia após a tragédia dentro do IJF, o cenário é de pânico entre os servidores que clamam por segurança na unidade de saúde. Conforme a fisioterapeuta Tannara Machado, que trabalha no IJF há cinco anos, a insegurança sempre foi um ponto de preocupação no hospital.
“Isso é muito sério. A gente pede por segurança, por apoio das autoridades, dos políticos, do governo, do Ministério Público, do que for. A gente precisa de policiamento. Tem seis entradas no IFJ. A gente precisa de mais policiamento”, declara a fisioterapeuta.
A diretora do Sindsaúde, Martinha Brandão, disse que debate há muito tempo a questão da segurança no IJF com as autoridades. Depois do que ela chama de “tragédia anunciada”, vai acionar o Ministério Público para analisar a situação e cobrar medidas urgentes de segurança na unidade.
Confira mais detalhes na reportagem
Medo da violência dentro de unidades de saúde em Fortaleza
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