Começa nesta segunda-feira (6) o júri popular dos quatro policiais militares acusados pela morte do frentista João Paulo Sousa Rodrigues, ocorrida em setembro de 2015, no Ceará. O julgamento criminal foi marcado para as 8h30, no 1º Salão do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua e está previsto para durar até o dia 8 de maio.
É esperado que a Justiça ouça 17 pessoas durante o julgamento, sendo elas: os quatro réus, duas testemunhas arroladas pela assistência de acusação e 11 testemunhas arroladas pela defesa.
Os PMs Haroldo Cardoso da Silva, Francisco Wanderley Alves da Silva, Antônio Barbosa Júnior e Elidson Temóteo Valentim foram denunciados pelo Ministério Público em dezembro de 2015 pelos crimes de sequestro, tortura, homicídio, ocultação de cadáver e organização criminosa.
Os acusados já chegaram a ser presos, mas foram soltos depois de alguns meses. Haroldo está aposentado, enquanto os outros militares atuam em funções administrativas – afastados do serviço nas ruas.
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O processo teve início na 5ª Vara Criminal, porém, como foi constatado o homicídio do frentista, o caso foi distribuído para a 1ª Vara do Júri. O promotor de justiça Marcus Renan Palácio de Morais Santos apresentou aditamento à denúncia em 2018 e, na ocasião, incluiu o empresário Severino Almeida Chaves como mandante do crime.
A vítima foi vista pela última vez no dia 30 de setembro de 2015. Na ocasião, o homem foi abordado pelos quatro PMs quando se dirigia até o posto de combustíveis em que trabalhava. No decorrer da ação, o frentista foi algemado e colocado dentro da viatura, onde, segundo as investigações, teria sido torturado e depois assassinado. O corpo da vítima nunca foi encontrado.
Conforme denúncia do MP do Ceará, o crime teria sido cometido a pedido do empresário Severino Almeida Chaves, dono do posto de combustíveis em que João Paulo trabalhava, no bairro Parque Santa Rosa, em Fortaleza. Severino teria desconfiado que o frentista estaria sugerindo a criminosos da região que assaltassem o local. Denunciado pelo Ministério Público em fevereiro de 2018, o empresário, porém, foi impronunciado pela Justiça, que alegou ausência de provas de sua participação.
O promotor de Justiça Marcus Renan Palácio de Morais Santos representará o MP cearense no júri da próxima semana.
“Os fatos que embasam a acusação são de extrema gravidade e demandam uma resposta firme da Justiça. Tanto a família da vítima quanto a sociedade esperam, há nove anos, que os responsáveis por esses atos hediondos sejam devidamente julgados e punidos conforme a lei”, ressaltou.
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Morte de frentista no Ceará em 2015
O crime ocorreu há quase nove anos, quando o frentista se deslocava em uma motocicleta ao posto de combustível onde trabalhava. Câmeras de segurança flagraram ele sendo abordado por policiais em uma viatura e depois entrando em um veículo, pertencente a um PM. Depois, o jovem não foi mais visto.
João Paulo trabalhou em um posto de combustíveis roubado cinco vezes, em Maracanaú. Em fevereiro de 2015, ele trocou de estabelecimento e começou a trabalhar no bairro Parque Santa Rosa em um posto de propriedade de Severino Almeida Chaves, conhecido como “Ceará”.
O empresário chegou a ser acusado pelo Ministério Público de ser o mandante do homicídio. Entretanto, a decisão judicial foi de não levá-lo a julgamento devido a falta de provas.
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