JULGAMENTO

Carmen Lúcia julga Carla Zambelli e atribui à deputada uma “desinteligência natural”

Deputada federal virou ré por invasão do sistema do CNJ

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22 de maio de 2024
Portal GCMAIS

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), atribuiu à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) uma “desinteligência natural”, ao comentar a atuação dela em um julgamento na Corte. Durante a sessão, discutia-se a falsificação de um mandado de prisão supostamente expedido pelo ministro Alexandre de Moraes contra si próprio.

Carmen Lúcia julga Carla Zambelli e atribui à deputada uma “desinteligência natural”
Foto: Reprodução

Em determinado momento, a ministra se dirige a Moraes, tratando do assunto. “Quando vossa excelência descreve que havia entre as notas a possibilidade de vossa excelência ter determinado a própria prisão, eu começo a não me preocupar mais só com a inteligência artificial, mas com a desinteligência natural de alguns que agem criminosamente, além de tudo sem qualquer tracinho de inteligência. Porque vossa excelência se autoprender por uma falsificação num órgão que é presidido por um colega de vossa excelência é um salto triplo carpado criminoso impressionante.”

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Durante a discussão, na Primeira Turma do STF, Moraes complementou: “Vossa excelência, sempre muito educada, disse a desinteligência natural. Eu chamaria burrice mesmo, natural, e achando que isso não fosse ser descoberto”, disse ele.

Os dois se referem à falsificação que teria sido feita pelo hacker Walter Delgatti, em atuação conjunta com Carla Zambelli. Na terça-feira (21), a Primeira Turma decidiu por unanimidade receber a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os dois, pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Eles vão responder por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. “Há indícios de autoria e comprovação de materialidade”, defendeu Moraes, relator do processo.

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Em nota, o advogado Daniel Bialski, que representa a deputada, informou que vai recorrer ao plenário do STF. “A deputada não praticou qualquer ilicitude e confia no reconhecimento de sua inocência porque a prova investigação criminal evidenciou que inexistem elementos de que tenham contribuído, anuído e ou tomado ciência dos atos praticados.”

Denúncia

A denúncia da PGR afirma que ela “comandou” e ajudou no “planejamento” do ataque cibernético. Walter Delgatti confessou os crimes.

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O que os ministros decidiram nesta terça-feira, 21, foi se havia elementos mínimos para abrir uma ação penal. O julgamento do mérito das acusações só ocorrerá após a chamada “instrução processual” – quando são ouvidas testemunhas e provas complementares são apresentadas.

A Polícia Federal (PF) apontou, no relatório final da investigação, que documentos apreendidos com a deputada correspondem, integral ou parcialmente, aos arquivos inseridos pelo hacker no sistema do CNJ, o que para os investigadores comprova que ela participou do ataque. A PF concluiu que o ataque foi planejado para colocar em dúvida a credibilidade do Poder Judiciário.

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Entre os documentos mencionados pela Polícia Federal, está o mandado de prisão falso contra Alexandre de Moraes e um recibo de bloqueio de R$ 22,9 milhões em bens do ministro. O valor corresponde à multa imposta por Moraes ao PL por questionar as urnas eletrônicas nas eleições de 2022. Havia ainda uma ordem, também falsa, para quebrar o sigilo bancário do ministro.

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