A Prefeitura de São Paulo formalizou um acordo com o Grupo Sílvio Santos para a compra de um terreno localizado no Centro da capital paulista, pelo valor de R$ 64,3 milhões. O imóvel, com uma área de 11 mil metros quadrados, fica nas proximidades do Teatro Oficina Uzyna Uzona, na região do Bixiga.
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O objetivo dessa transação é destinar a área para a criação do Parque do Rio Bixiga. Em paralelo à formalização do acordo, o prefeito Ricardo Nunes encaminhou à Câmara dos Vereadores de São Paulo um pedido de votação para incluir o novo parque no Plano Diretor da cidade.
Com a aprovação do acordo pelo Grupo Sílvio Santos, resta apenas aguardar a conclusão da votação pela Câmara e o pagamento do valor do terreno pela prefeitura para que o projeto do parque se concretize.
Ricardo Nunes explicou que a iniciativa surgiu após várias reuniões com o Grupo Sílvio Santos, convencendo-os da importância da negociação. Inicialmente, o grupo havia proposto o valor de R$ 80 milhões, porém, após uma avaliação da Procuradoria-Geral do Município, o terreno foi avaliado em R$ 64 milhões, resultando em uma nova proposta.
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O que muda com a decisão da Câmara Municipal sobre a área?
Tramita na Câmara Municipal de São Paulo um projeto de lei para viabilizar a transformação do terreno em parque. O texto, de autoria do Executivo, prevê a inclusão do projeto no quadro 7 do Plano Diretor, que define os parques públicos a serem criados na cidade.
Nesta terça-feira, 21, a proposta foi aprovada em primeiro turno pelos vereadores. Agora, deve passar por audiências públicas antes de retornar à pauta do plenário para votação definitiva.
Depois de incluído no Plano Diretor, o terreno do parque poderá ser declarado como de utilidade pública pela gestão municipal – o que permitirá a compra acertada nesta semana.
Como a Prefeitura de São Paulo vai pagar pelo terreno?
Parte da despesa deve ser coberta com recursos obtidos a partir de acordo com a Universidade Nove de Julho (Uninove) intermediado pelo Ministério Público Estadual. A instituição de ensino deverá pagar ao município indenizações e multas que somam aproximadamente R$ 1 bilhão. Do montante, R$ 51 milhões serão destinados à aquisição do terreno para o Parque do Bixiga.
Grupo Silvio Santos
O terreno na Rua Jaceguai pertence ao Grupo Silvio Santos há cerca de 40 anos e tem longo histórico de disputa com o dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa, idealizador do parque e fundador do teatro Oficina, vizinho da área.
Ao longo das décadas, foram diversas as tentativas de incorporação do teatro, projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi, ao restante do terreno. Os planos do empresário já incluíram a construção de um shopping no local e, mais recentemente, um conjunto de três torres residenciais – projeto que acabou vetado pela Justiça por possíveis danos ambientais e ao patrimônio histórico.
A partir da mobilização de Zé Celso, morto aos 86 anos em julho passado, a criação do Parque do Bixiga se tornou também uma demanda da população local. Um projeto preliminar defendido pelos integrantes do Oficina defende a reabertura do Córrego Bexiga, que passa quatro metros abaixo do terreno, a implantação de áreas verdes e uma arena ao ar livre.
Com informações do Estadão Conteúdo
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