Doença pode levar a complicações graves, especialmente em bebês e crianças pequenas
Coqueluche volta a apresentar alta de casos no mundo; saiba mais sobre a doença
A coqueluche é uma doença respiratória altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis, que vem apresentando um aumento no número de casos no mundo, principalmente entre crianças. Em casos severos, a doença pode ser fatal.
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Em entrevista à Rádio Jovem Pan News Fortaleza, nesta terça-feira (18), a pediatra Vanuza Chagas afirmou que esse retorno está relacionado à baixa cobertura vacinal, fenômeno que se espalha pelo Brasil e por 17 países da Europa.
“Nós estamos tristemente nos deparando com essa realidade. Doenças que já estavam sob controle, erradicadas, estão aparecendo de novo. Isso se deve à falsa sensação de segurança que desenvolvemos ao longo do tempo. As vacinas tiveram seu papel no controle dessas doenças, e de repente as pessoas entenderam de não se vacinar mais. Com essa hesitação vacinal e essas baixas coberturas, doenças como a coqueluche estão voltando”, declarou.
“A coqueluche, popularmente conhecida como tosse comprida, é uma doença que acomete principalmente as vias respiratórias. Ela é causada pela bactéria Bordetella pertussis e atinge muito as crianças. Inicialmente, os sintomas podem simular um resfriado, com tosse, coriza e febre baixa, mas em duas semanas evoluem para aquela tosse em guincho, que deixa a criança exausta e pode causar sérias complicações como pneumonia e levar à internação em UTI, podendo resultar em óbitos, especialmente em bebês menores de um ano”, complementou.
Sobre a possibilidade de adultos contraírem coqueluche, a médica afirmou que “no adulto, ela se manifesta principalmente com tosse persistente, mas raramente complica. O problema é que esses adultos, mesmo assintomáticos ou com sintomas leves, podem transmitir a doença para bebês que ainda não completaram seu esquema vacinal, levando-os à internação.”
Na entrevista concedida ao jornalista Tiago Lima, no Pan News em Revista 2ª Edição, Vanusa Chagas explicou que o tratamento da coqueluche é feito com antibióticos.
“Nos bebês, muitos casos exigem internação, oxigenoterapia e cuidados intensivos, devido ao risco de pneumonia e convulsões. É uma doença muito séria para crianças pequenas. A principal forma de prevenção é a vacinação. Ela está no calendário de vacinação infantil e deve começar na gestação, a partir da vigésima semana, com a vacina DTPa. No bebê, as doses são administradas aos dois, quatro e seis meses, com reforços aos doze meses e aos quatro anos”, ressaltou a especialista.
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Coqueluche no mundo
Em maio deste ano, a União Europeia divulgou Boletim Epidemiológico constando aumento da doença em pelo menos 17 países, com mais 32.037 casos foram notificados de coqueluche entre 1 de janeiro e 31 de março de 2024. O Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China (CCDC, 2024) informou que, em 2024, foram notificados no país, 32.380 casos e 13 óbitos.
Dados nacionais de 2019 a 2024 mostram que as crianças menores de um ano de vida representaram mais de 52% dos casos de coqueluche. Em seguida crianças entre 1 e 4 anos, com cerca de 22%. Essa é uma doença de notificação compulsória. Foram registrados 3,1 mil casos de coqueluche em 2015 no país. De lá pra cá, observou-se uma diminuição do número de casos confirmados: em 2023 foram 214 casos e até abril de 2024 foram 31.
Sintomas
A coqueluche pode levar a complicações graves, especialmente em bebês e crianças pequenas. As complicações incluem pneumonia, convulsões, danos cerebrais devido à falta de oxigênio, desidratação e perda de peso por dificuldade de se alimentar.
Os sintomas da coqueluche podem variar, mas geralmente se desenvolvem em três estágios:
- Estágio catarral: Os primeiros sinais são semelhantes a um resfriado comum, incluindo coriza, febre baixa e uma leve tosse. Esse estágio dura cerca de uma a duas semanas.
- Estágio paroxístico: A tosse se torna mais intensa, com episódios de tosse incontrolável que podem resultar em uma tosse convulsa ou em guinchos ao inspirar. Este estágio pode durar várias semanas e é particularmente severo em crianças pequenas, podendo causar exaustão e cianose (pele azulada devido à falta de oxigênio).
- Estágio de convalescença: A recuperação é gradual, com a tosse diminuindo em frequência e intensidade ao longo de semanas ou meses.
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