Dois juízes, em Fortaleza, se abstiveram de julgar o processo em que o ex-gerente Bruno Filipe Simões Antonio – que gerenciava uma loja Zara, na capital cearense – é acusado de racismo contra a delegada Ana Paula Barroso. Os dois se declararam suspeitos, ou seja, inaptos a julgar o caso. Com isso, deverá ser feita uma redistribuição, para que o caso seja analisado.
O homem é réu na Justiça cearense. O caso aconteceu em setembro de 2021, quando a mulher entrou no estabelecimento com um sorvete na mão. O então gerente pediu para que a mulher se retirasse do estabelecimento – na versão da empresa, a delegada estava com a máscara abaixo do queixo, o que não era permitido por prevenção ao contágio pelo novo coronavírus. No entanto, o mesmo gerente atendeu normalmente uma cliente branca nas mesmas condições pouco antes de expulsar a delegada, que é negra.
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A defesa do réu considera a “imprestabilidade da prova obtida em sede de inquérito policial, a nulidade da denúncia por cerceamento de defesa, alegando a impossibilidade da defesa de acessar as gravações, objeto de análise em inquérito policial, a recusa do parquet em oferecer os benefícios da Justiça penal negociada e a rejeição da denúncia por falta de justa causa”.
Durante o desenrolar do processo, foi feito ainda um pedido de acordo de não persecução penal no caso, que substituiria o processo por outras formas de reparação pelos danos causados. O Ministério Público do Ceará (MPCE), no entanto, manteve a decisão de não oferecer o acordo.
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“Zara zerou”
Durante a investigação, testemunhas relataram que a marca tinha o código “Zara zerou”, que era disparado no alto-falante da loja quando entrava um cliente fora do padrão desejado. Eram alvos do alerta pessoas negras e julgadas como “mal vestidas”.