Caso de Dandara dos Santos continua a ser um símbolo da violência e discriminação enfrentadas pela comunidade LGBTQIA+ no Brasil
De Volta à Cena do Crime: reportagem especial relembra morte da travesti Dandara dos Santos em Fortaleza

O segundo episódio da série especial “De Volta à Cena do Crime” foi ao ar nesta sexta-feira (28), no Cidade 190, recontando um homicídio que teve repercussão nacional: a brutal morte da travesti Dandara dos Santos, em Fortaleza.
No dia 15 de fevereiro de 2017, Dandara dos Santos foi espancada por pelo menos dez pessoas, incluindo adolescentes e adultos. Após ser humilhada, sofrer violência física e psicológica, Dandara foi erguida por seus agressores e colocada em um carrinho de mão. Tudo foi registrado em vídeo e publicadas nas redes sociais. A travesti Dandara suplicou pela vida, mencionando o nome da mãe, mas ela nunca se reuniu com a genitora novamente, pois foi morta naquele mesmo dia.
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O crime ocorreu na rua Manuel Galdino, cruzamento com a rua C, em plena luz do dia. Antônio Cleilson Vasconcelos, conhecido como travesti Dandara Kettley, foi assassinado sem que ninguém demonstrasse compaixão ou remorso. O vídeo do crime, divulgado pelos algozes, causou indignação em todo o país e até no exterior. A Perícia Forense do Ceará (Pefoce) apurou que Dandara foi torturada pelo menos três vezes antes de ser morta com três tiros.
A repercussão do caso destacou a falta de tipificação específica para o crime de transfobia. Durante as agressões, ofensas foram proferidas contra a vítima. Vários dias se passaram até que o vídeo chegasse à imprensa e viralizasse nas redes sociais, chocando pela violência explícita.
Doze pessoas participaram do crime, sendo sete adultos e cinco adolescentes. Em julgamento no dia 5 de abril de 2018, Francisco José Monteiro, conhecido como Chupa Cabra, foi condenado a 21 anos de prisão por ter disparado dois tiros contra a vítima. Jean Victor Silva Oliveira, Rafael da Silva Paiva e Francisco Gabriel Campos dos Reis foram condenados a 16 anos; Isaías da Silva Camurça, o Zazá, recebeu pena de 14 anos e seis meses. Júlio César Braga da Costa também foi condenado a 16 anos de reclusão. O último acusado, Francisco Wellington Teles, de 51 anos, estava foragido até ser preso em Caucaia no dia 15 de março de 2019. Conforme investigação, Dandara se relacionava com ele.
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“Ela realizava alguns programas e dentro desses programas, dessas pessoas que eram envolvidas com alguns programas, tinha essa pessoa da moto, que é o piloto da moto, que levou a Dandara até o local”, disse o delegado Bruno Ronchi.
A partir daí, duas possibilidades passaram a ser investigadas pela polícia.
“Primeira que com certeza aconteceu, que foi um desentendimento entre a Dandara e esse rapaz da moto. E também levantou-se a hipótese da Dandara ser soropositivo e ter transmitido o tentado transmitir para esse sujeito. Levou ela para lá, pegou ela na casa dela, pareceu próximo da casa dela, levou até o local e lá disse que ela estava roubando na área. É uma área inflamada, é uma área com criminalidade muito alta e começou a sessão de espancamento, agressões até culminar na morte dela”, disse o delegado Bruno Ronchi.
O caso de Dandara dos Santos continua a ser um símbolo da violência e discriminação enfrentadas pela comunidade LGBTQIA+ no Brasil, e a recontagem do crime no especial “De Volta à Cena do Crime” busca manter viva a memória da vítima e a luta por justiça e direitos humanos.
Reportagem especial relembra morte da travesti Dandara dos Santos em Fortaleza
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