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Pacientes com doença falciforme poderão realizar novo teste de genotipagem no Hemoce

Pacientes com doença falciforme poderão realizar novo teste de genotipagem no Hemoce

Foto: Reprodução

O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará – Hemoce – começou a realizar em julho um novo teste de genotipagem eritrocitária para pacientes com doença falciforme. A iniciativa, em parceria com o Ministério da Saúde, visa atender pessoas acompanhadas pelos hemocentros de todo o Brasil, oferecendo um estudo mais detalhado das características do sangue desses pacientes.

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A técnica de genotipagem por microarranjos permite uma transfusão mais segura para pacientes com doença falciforme, que frequentemente precisam de transfusões. Além do tipo sanguíneo ABO, o teste avalia fenótipos de outros grupos sanguíneos e variações na sequência do DNA, facilitando a seleção de doadores com características sanguíneas mais semelhantes às dos pacientes. Esse procedimento também melhora o gerenciamento dos estoques de hemocomponentes dos hemocentros.

“O diferencial do teste é a avaliação minuciosa dos genes RHD e RHCE, que codificam proteínas do grupo sanguíneo RH, como os antígenos D, c, C, e, E, expressos na superfície das hemácias. Pacientes com doença falciforme têm maior prevalência de formas variantes desses antígenos e maior propensão a formar anticorpos após transfusões. Com a informação da genotipagem, é possível selecionar hemocomponentes de forma mais segura, evitando reações transfusionais”, explica a médica hematologista do Hemoce, Claudia Mota.

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O procedimento é realizado sob demanda. Os serviços que atendem pessoas com doença falciforme devem acessar o site do Hemoce para obter o formulário de solicitação da genotipagem, que deve ser preenchido com os dados do paciente. As orientações de coleta e envio de amostras, além do e-mail do laboratório para esclarecimento de dúvidas, também estão disponíveis no site. Os resultados são enviados por e-mail para o serviço solicitante.

A nova testagem foi iniciada após o treinamento dos profissionais do Hemoce pela empresa fornecedora dos kits de reagentes utilizados nos testes. Participaram do treinamento biólogos, biomédicos e farmacêuticos especializados em biologia molecular. Tiê Costa, farmacêutico responsável pela realização dos testes, destaca os avanços trazidos pela iniciativa: “É sempre bom aprender novas técnicas, especialmente aquelas que não são disponíveis em muitos locais. Com essa inovação, conseguiremos ajudar pacientes de todo o país.”

Pacientes com doença falciforme podem realizar novo teste de genotipagem no Hemoce

A doença falciforme é uma hemoglobinopatia hereditária causada por uma alteração genética que provoca má-formação nas hemácias (glóbulos vermelhos). “As células normais são arredondadas e maleáveis. Com as alterações, essas células passam a ter um formato de meia-lua ou foice, impedindo a circulação de sangue e oxigênio para tecidos e órgãos, causando várias complicações”, explica a hematologista Fernanda Benevides, coordenadora médica dos ambulatórios do Hemoce.

O diagnóstico é feito pelo teste do pezinho nos primeiros dias de vida ou pelo exame de sangue eletroforese de hemoglobina, realizado em crianças com mais de seis meses e em adultos. Quando a doença falciforme é identificada na infância, os pacientes são encaminhados para o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), também da Rede Sesa. A partir dos 18 anos, o tratamento é realizado no Hemoce. Ambas as unidades são referências estaduais no tratamento da hemoglobinopatia hereditária.

O Hemoce conta com uma equipe multidisciplinar em Fortaleza, composta por médicos, enfermeiros, dentistas, farmacêuticos, psicólogos, fisioterapeutas e assistentes sociais para o atendimento de pacientes com a doença. No interior do estado, o atendimento é realizado pelos hemocentros regionais em Sobral, Crato, Quixadá, Iguatu e Juazeiro do Norte.

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