“Ele não pode ficar solto”, dizem familiares de idoso morto por lutador em condomínio
Anderson Gurgel
Familiares de Getônio Rodrigues Bastos, idoso de 91 anos morto pelo lutador de jiu-jitsu Lucas Amorim Magalhães, pontuam que o homem precisa continuar preso, temendo que faça outras vítimas. O ataque aconteceu na última sexta-feira (5), em um condomínio da capital cearense, quando o lutador atacou ao menos sete pessoas com um furador de coco.
Na missa de sétimo dia do homem, parentes de Getônio – mais conhecido como Seu Bidu – cobram que seja feita justiça. “Tem outras famílias que moram no mesmo condomínio e a gente é um medo que nos assola, porque a gente tem medo realmente que ele volte, que ele seja solto”, disse à equipe de reportagem da TV Cidade Fortaleza a empresária Thatiana Bastos, neta da vítima.
A preocupação se dá por causa do pedido, feito pela defesa do acusado, de que ele responda pelo crime em liberdade, com opções de medidas cautelares – como o uso de tornozeleira eletrônica ou internação compulsória em clínica psiquiátrica. O advogado apresentou alegação de que o homem estava em surto psicótico durante o ataque, solicitando a suspensão da prisão.
“Foi uma perda muito brutal, foi muito insano o que aconteceu, e a gente só clama por justiça”, diz, por sua vez, a nutricionista Juliana Bastos, também neta de Seu Bidu. “Esse indivíduo, ele não pode ficar solto na sociedade, tentando maltratar outras vidas e outras famílias. E a nossa família está muito dilacerada. É uma família muito unida, todos os tios, os irmãos, nós somos todos muito unidos e lamentamos muito pela perda do meu avô.”
Os familiares informam ainda que era costume do idoso, principalmente no horário da tarde, ficar sentado na área de convivência do condomínio, observando o movimento do prédio. Esse momento de tranquilidade, no entanto, foi perturbado por um ataque inesperado.
O caso
O crime ocorreu na última sexta-feira, dia 5 de julho. Conforme a denúncia apresentada na quarta-feira (10) pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), o incidente começou quando a mãe do acusado tentou fugir do condomínio. Ao se aproximar da portaria com um furador de coco, Lucas Amorim Magalhães agrediu uma moradora de 75 anos, que perdeu a consciência.
Em seguida, ele atacou o porteiro, que se protegeu trancando-se na guarita. Posteriormente, o zelador do condomínio foi agredido com golpes no peito e próximo ao coração. Quando o funcionário foi derrubado, Lucas agrediu Getônio Rodrigues Bastos, de 91 anos, que estava sentado nas proximidades, levando-o à morte. Ao ouvir pedidos de socorro, um vizinho tentou intervir, mas também foi atacado.
Ainda segundo o MPCE, Lucas tentou deixar o condomínio, mas encontrou outro morador, contra quem também desferiu golpes. Os moradores acionaram a polícia, que foi informada de que o agressor continuava atacando pessoas nas proximidades de um supermercado. Ao receber a ordem para soltar o furador de coco, Lucas investiu contra um policial, que disparou contra ele, atingindo-o na perna.