O número de golpes virtuais está crescendo no Brasil. Entre 2022 e 2023, a incidência desses crimes cresceu quase 14%, conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em contraste, os assaltos à mão armada registraram uma queda no mesmo período.
Com o aumento do uso das redes sociais e celulares, os criminosos têm encontrado novas formas de enganar as pessoas. “Eu recebi uma mensagem no WhatsApp informando que era meu filho, o número realmente tinha a foto dele, e ele me informava que o acesso à conta dele no aplicativo estava com defeito e pedia se eu poderia emprestar dinheiro para ele. Na mesma hora eu fiz a transferência e nessa história eu perdi 7 mil reais”, relatou uma vítima que não quis ser identificada.
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Dados da 18ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública indicam que quase 2 milhões de estelionatos foram registrados em 2023, o que equivale a um golpe a cada 16 segundos no Brasil. Guilherme Menescal é uma das vítimas recentes de golpes virtuais. “Uma pessoa colocou a foto de perfil desse WhatsApp como uma foto do meu Instagram e perguntando se o meu personal podia ajudar ela — se passando por mim — com um Pix. Meu personal pegou, viu que não era meu número e me mandou o print da conversa. Na mesma hora que ele me mandou esse print, eu já postei no meu Instagram dizendo que não era eu”, explicou.
As penas para o crime de estelionato comum variam de 1 a 5 anos de prisão, enquanto fraudes eletrônicas podem levar de 4 a 8 anos de reclusão. O advogado criminalista, Bruno Queiroz, destacou a necessidade de investimento em tecnologia e inteligência para combater esses crimes. “É importante que a polícia civil possa investir em tecnologia e inteligência pra combater esse tipo de criminalidade. Porque é muito mais difícil, né? O criminoso não está no local onde o crime se consumou, onde houve o prejuízo. E as pessoas, o público em geral, precisa estar mais antenado, desconfiar quando a esmola é grande, desconfiar de grandes promoções, desconfiar quando o preço está muito abaixo do mercado”, afirmou.
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A pesquisa também revela que os roubos de rua têm diminuído, sendo substituídos por estelionatos. Entre 2022 e 2023, houve uma redução em seis modalidades diferentes de roubo, incluindo roubos a estabelecimentos comerciais, residências, transeuntes, cargas, veículos e celulares.
“Uma pessoa com celular aplica ao mesmo tempo em várias pessoas o mesmo golpe. E vamos dizer que 10% dê certo, ele vai conseguir um resultado mais efetivo do que em um assalto na rua”, comentou o sociólogo Raul Thé. Entre os fatores que contribuem para o aumento dos golpes estão a falta de conhecimento digital e a facilidade de se passar por alguém na internet. “Outros casos ocorrem ao clicar em links de pessoas desconhecidas ou receber links em conversas que não fazem sentido”, alerta Raul. “São algumas das coisas que todos nós meio que temos um feeling, né? Uma sensação de que aquilo pode não ser coerente.”
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