Pesquisadores descobriram que o circuito cerebral que induz a náusea quando pessoas usam a semaglutida, ativo do Ozempic e do Wegovy, não é o mesmo circuito que prolonga a sensação de saciedade. Isso significa que o incômodo não é necessário para que os medicamentos GLP-1 suprimam a ingestão de alimentos e auxiliem pacientes na perda de peso e controle da glicemia.
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A descoberta foi feita após testes com ratos de laboratório e os resultados não foram confirmados em estudos com seres humanos. Ainda assim, os autores acreditam que ela abre caminho para que cientistas melhorem esses medicamentos, diminuindo efeitos colaterais como os enjoos. Os achados foram publicados na revista científica Nature.
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A semaglutida prolonga a sensação de saciedade, o que auxilia na perda de peso. Na prática, a molécula envia sinais ao cérebro que retardam o esvaziamento gástrico após uma refeição. Como consequência, a pessoa se sente satisfeita por mais tempo, o que reduz seu apetite.
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EFEITOS COLATERAIS. Acreditava-se que essa interferência no sistema gastrointestinal era responsável pelos efeitos colaterais do medicamento, a náusea sendo o principal deles. Mas não é isso que acontece.
No estudo, cientistas do Monell Chemical Senses Center e da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e da University College London, na Inglaterra, ativaram isoladamente alguns neurônios receptores de GLP-1, hormônio cuja ação a semaglutida imita.
Eles investigaram uma região do cérebro chamada rombencéfalo, e perceberam que as náuseas e a sensação de saciedade apareciam quando áreas diferentes eram “ligadas”.
Quando os cientistas ativaram os neurônios da área postrema, os ratos apresentaram o efeito colateral e, com isso, aversão à comida. Por outro lado, nos momentos em que os neurônios do núcleo do trato solitário foram ativados, a redução na ingestão de alimentos também aconteceu, mas sem a presença de náuseas, revelando que os circuitos de saciedade e aversão à comida são separados.
Agora, segundo os pesquisadores, o ideal seria encontrar maneiras de não ativar os neurônios que respondem à semaglutida na área postrema do cérebro – o que requer mais estudos.
NO BRASIL. Considerados inovadores no tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade, quatro medicamentos agonistas de hormônios do intestino receberam aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil: Ozempic, Wegovy, Rybelsus e Mounjaro. Os três primeiros têm como substância ativa a semaglutida. Já o Mounjaro tem como ativo a tirzepatida.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Fonte: Estadão