O drama da família Mota, que comoveu o Brasil, voltou a ser notícia com a história de Christiane Luck Macieira, ex-esposa de Regis Mota, um economista cearense que morreu de câncer após perder três filhos, também para a doença. A trajetória da fisioterapeuta tem atraído atenção nas redes sociais, destacando sua resiliência diante das perdas dos filhos, marido, ex-marido e pai dentro de um curto espaço de tempo.

O sofrimento de Christiane começou em agosto de 2020, com a perda de seu pai para a Covid-19. Três meses depois, seu filho Pedro Regis, de 21 anos, também faleceu em decorrência do câncer. Em março do ano seguinte, seu marido Cláudio morreu de Covid-19. Em novembro de 2022, a filha Ana, de 25 anos, morreu devido à mesma doença, e no Dia dos Pais do ano passado, o ex-marido Regis faleceu também de câncer.

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Regis era portador da condição hereditária rara conhecida como síndrome de Li-Fraumeni, que predispõe ao desenvolvimento de vários tipos de câncer, e havia perdido anteriormente a filha Beatriz, do seu segundo casamento.

Christiane descreveu seu processo de luto e a busca por força na fé. “A saudade é algo que ela não passa nunca. Nunca. No começo eu até era iludida, dizendo que o tempo ia passar, o luto ia passar e a saudade ia passar. Nunca passa. Eu mato a saudade vendo os vídeos. Eu diminuo a saudade, porque matar a saudade não existe. Eu diminuo. Eu faço live com os amigos dos meus filhos para que eles possam contar algo deles e às vezes durante a live eu me surpreendo até com coisas que eu nem sabia”, relatou.

Ela encontrou força na fé se dedicando aos estudos da palavra bíblica, prática que havia iniciado durante o período da pandemia. “E eu disse, não Deus, tu só pode querer alguma coisa de mim. Não é esse meu fim. E aí eu comecei a buscar força na minha fé, fazendo duas horas de estudo da a palavra bíblica e rezando. Eu já fazia isso desde a pandemia e eu continuei. E aí eu busquei forças nessa fé. Então eu digo assim, a minha fé me salvou porque ela, por muitas vezes, foi minha companheira. E aí o que aconteceu? Uma reviravolta na minha vida”.

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Após o período de luto, Cristiane decidiu abrir suas redes sociais, que antes eram privadas, e viu seu número de seguidores crescer de mil para 110 mil. Ela encontrou apoio e encorajamento online, o que a inspirou a transformar sua dor em uma mensagem de esperança. “Eu comecei a ver que o meu propósito era outro. Que o meu propósito era transformar a minha dor do luto em amor. Levar para as pessoas uma palavra caridosa”, explicou.

Christiane agora se dedica a escrever um livro sobre sua jornada e planeja viajar, como uma forma de realizar o desejo expresso em cartas deixadas por sua filha Ana, que pediu para que ela vivesse plenamente. “Tenho dois grandes projetos: escrever meu livro com todos os detalhes e fotos e viajar muito. Minha filha deixou cartas pedindo para que eu vivesse e namorasse muito. Ainda não consegui namorar, porque preciso estar com o coração em paz, mas quero viajar e continuar ajudando as pessoas”, compartilhou Cristiane.

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