A Prefeitura de Fortaleza encaminhou um ofício à Polícia Civil do Ceará solicitando a instauração de um inquérito para investigar possíveis fraudes no sistema de gerenciamento de dados de saúde da capital, conhecido como FAST MEDIC. Uma operação policial resultou na prisão de um conselheiro tutelar, uma servidora da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e um profissional terceirizado, nesta quinta-feira (29), na capital cearense. Os três, junto com um candidato a vereador, que está foragido, são suspeitos de realizar cobrança de valores para agendar consultas e exames na rede municipal de saúde de Fortaleza.
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De acordo com informações da Coordenadoria de Regulação, Avaliação, Controle e Auditoria das Ações e Serviços de Saúde (CORAC), foram identificadas irregularidades relacionadas à manipulação de dados e acessos não autorizados ao sistema. As fraudes envolvem a criação de usuários falsos e a manipulação de filas para agendamento de exames e cirurgias, o que prejudicou cidadãos que aguardavam, de forma legítima, por esses serviços.
A Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza informou, no ofício, que bloqueou os acessos eletrônicos suspeitos e realizou auditorias internas. A Prefeitura anexou ao pedido de inquérito documentos comprobatórios, incluindo cópias de trilhas de auditoria e o boletim de ocorrência.
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“A partir das análises dos relatórios desde 2021, foram verificadas inconsistências nos agendamentos de consultas. Imediatamente, a Secretaria acionou a polícia para que pudesse fazer o seu trabalho. Desde então, temos disponibilizado todas as informações necessárias, pois o maior interessado na apuração e punição dos responsáveis é a própria Secretaria Municipal de Saúde. Nossa prioridade sempre foi esclarecer os fatos e garantir que as irregularidades sejam corrigidas e os responsáveis punidos conforme a lei”, afirmou Galeno Tamaturgo, secretário de Saúde de Fortaleza.
Esquema de cobrança por consultas em Fortaleza
A operação da Polícia Civil cumpriu nove mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva, todos relacionados a crimes de organização criminosa, peculato digital (inserção de dados falsos) e corrupção ativa e passiva. De acordo com a corporação, os investigados agiam criando perfis falsos para agendar procedimentos cirúrgicos, consultas e exames em troca de dinheiro.