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Mãe e filha que “moram” em McDonald’s são levadas à delegacia após acusação de racismo

Mãe e filha que "moram" em McDonald's são levadas à delegacia após acusação de racismo

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Na noite da última sexta-feira, (30), uma acusação de racismo em um McDonald’s no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, resultou na condução de Bruna Muratori, 31 anos, Susane Paula Muratori, 64 anos, mãe e filha que estão “morando” no estabelecimento, à delegacia. As duas mulheres, que têm vivido no interior da lanchonete desde janeiro deste ano, foram acusadas por um grupo de adolescentes que frequentava o local.

As jovens, que haviam passado o dia na praia e decidiram parar na lanchonete para comer antes de voltar para casa, subiram ao segundo andar da loja, onde as mesas estão localizadas. No mesmo espaço, estavam Bruna e Susane. Segundo relatos, as mulheres se incomodaram com o barulho das conversas das adolescentes e começaram a filmá-las. A situação se agravou quando as adolescentes, ao perceberem que estavam sendo gravadas, tiraram fotos de Bruna e Susane e foram questioná-las sobre o motivo das filmagens.

De acordo com a mãe de uma das jovens, sua filha foi insultada com termos racistas, sendo chamada de “pobre, preta e nojenta”. Chegando ao local antes da polícia, a mãe afirmou ter ouvido as mulheres se referirem à filha como “pretinha”. Além disso, o pai de outra das adolescentes presentes relatou que as mulheres afirmaram que o local “não era para pobre nem para negros”. Outra jovem disse ter sido chamada de “vagabundinha”. O episódio foi testemunhado por diversas pessoas que estavam na lanchonete.

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A Polícia Militar foi acionada e levou todos os envolvidos ao 14º Distrito Policial, no Leblon, para prestar esclarecimentos. As malas que Bruna e Susane mantêm consigo, desde que passaram a residir no McDonald’s, também foram apreendidas e levadas à delegacia. Após serem ouvidas, mãe e filha foram liberadas.

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Mãe e filha que “moram” em McDonald’s são levadas à delegacia após acusação de racismo; entenda o caso

Bruna e Susane, que passaram a viver no McDonald’s no início deste ano, permanecem dentro da lanchonete durante o horário de funcionamento e, quando o estabelecimento fecha, ficam na calçada ao lado. O caso das duas mulheres ganhou repercussão, e elas já receberam ofertas de ajuda por parte de assistentes sociais da Prefeitura, moradores e empresários da região, incluindo moradia e oportunidades de emprego. No entanto, todas as propostas foram recusadas.

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Investigações revelaram que antes de se estabelecerem na lanchonete do Leblon, as duas mulheres já haviam “morado” em outros locais públicos da cidade, como a Rodoviária do Rio, o Aeroporto Galeão e o Parque Jardim de Alah. Além disso, elas têm um histórico de processos judiciais por não pagamento de aluguéis e diárias, resultando em despejos de apartamentos e hotéis.

A Polícia Civil também confirmou que mãe e filha possuem três registros de ocorrência por inadimplência em hotéis de Copacabana, em 2018, 2019 e 2021, quando foram expulsas por falta de pagamento. Em 2018, foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul por injúria racial e condenadas a um ano de regime aberto, com a pena sendo convertida em prestação de serviços comunitários. Entre 2014 e 2018, Bruna e Susane residiram em um apartamento alugado na avenida Doutor Nilo Peçanha, em Porto Alegre, de onde também foram despejadas.

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