Segundo o desembargador, o Governo do Estado tem atuado de modo contundente no enfrentamento a esses criminosos
Presidente do TRE-CE afirma que, além das facções, milícias atuam no Ceará
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Ceará (TRE-CE), desembargador Raimundo Nonato Silva Santos, pontuou que as facções criminosas têm sido um dos principais desafios nas eleições de 2024 e que, além delas, também preocupa a atuação das milícias no estado. A declaração foi dada na manhã desta terça-feira (10), em entrevista exclusiva aos jornalistas Katiúzia Rios e Miguel Anderson Costa, no programa Balanço Geral Ceará Manhã, da TV Cidade Fortaleza.
“Eu até pensei, inicialmente, que as fake news iam nos roubar a paciência. O que está roubando a paciência mesmo são as facções”, disse ele. Em outro momento da entrevista, ele ressaltou também os perigos oferecidos pelas milícias. “Mas estamos usando punho de ferro. Tivemos intimidação em Sobral, com dra. Izolda [Cela, candidata a prefeita], que quem intimidou já está preso. Tivemos aqui com Caucaia, uma operação com 36 presos, oito deles dentro dos presídios. Outra cidade que teve problema foi Santa Quitéria”, menciona.
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Raimundo Nonato comenta que há, hoje, um “Estado marginal querendo mandar no Estado legal”, em alusão à atuação de grupos criminosos. “Isso é um perigo para o nosso estado democrático de direito. Temos que tomar providências de modo urgente.”
Ele cita casos em que grupo criminosos chegam a controlar acessos de candidatos a áreas específicas, muitas vezes extorquindo as campanhas, com valores que chegam até R$ 60 mil. “Mas ali muitas vezes também é golpe, chantagista, nada a ver com facção. Não sei qual o percentual, mas tem também o grupo faccionado.”
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Segundo o desembargador, o Governo do Estado tem atuado de modo contundente no enfrentamento a esses criminosos, citando ainda a atuação da Polícia Federal (PF), a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), o serviço de inteligência da Polícia Militar do Ceará (PMCE), as Forças Armadas e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Há, ainda, a polícia judicial, da Justiça Eleitoral, cuja atuação está iniciando. “Criamos a polícia judicial, mas para entrar em ação, porque é armada, fardada, teria que ter um curso de formação. Então criamos. Trouxemos polícia judicial da Justiça Federal, da 5ª Região, trouxemos 10. Trouxemos do TRT [Tribunal Regional do Trabalho] cinco. E o nosso, 10. Deu 25. Foi a primeira turma de polícia judiciária.”
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