O crime ocorreu em junho de 2020, após uma discussão que se iniciou na Praça da Matriz, envolvendo a vítima e um dos criminosos.
Três homens são condenados por perseguir e matar travesti em Camocim, no Ceará
Três homens foram condenados nesta quarta-feira (25) pelo assassinato de Luana Kelly, uma travesti de 22 anos, em Camocim, no interior do Ceará. O crime ocorreu em junho de 2020, após uma discussão que se iniciou na Praça da Matriz, envolvendo a vítima e um dos criminosos.
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De acordo com o Ministério Público do Ceará (MPCE), Luana Kelly estava na praça quando teve um desentendimento com Rodolfo da Silva Sabino, que começou a agredi-la com socos. Ao tentar fugir, a vítima foi perseguida por Rodolfo e outros dois homens, Antônio Abreu de Lima Júnior e Samuel Monteiro de Oliveira. Os agressores encurralaram Luana em um local próximo e a atacaram brutalmente, utilizando facas para golpeá-la, o que resultou em sua morte.
No julgamento, Antônio Abreu de Lima Júnior foi condenado a 18 anos e oito meses de prisão, enquanto Samuel Monteiro de Oliveira recebeu uma pena de 21 anos e quatro meses, ambos em regime inicialmente fechado, por homicídio qualificado. As qualificadoras incluem motivo fútil e o uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
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Já Rodolfo da Silva Sabino, que iniciou a agressão, foi condenado por lesão corporal leve e liberado, pois já havia cumprido a pena durante o período em que esteve preso preventivamente.
Os três criminosos foram capturados poucas horas após o assassinato, que aconteceu no Centro de Camocim. Samuel Monteiro de Oliveira possuía antecedentes criminais por tráfico de drogas e furto, enquanto Rodolfo da Silva Sabino já havia sido preso por furto. Antônio Abreu de Lima Júnior respondia por roubo e tentativa de homicídio.
O assassinato de Luana Kelly gerou forte comoção e revolta, destacando a vulnerabilidade e os riscos enfrentados pela população LGBTQIA+, especialmente pessoas trans e travestis. O caso também reacendeu o debate sobre a necessidade de políticas públicas mais efetivas para proteger essa comunidade de atos de violência e discriminação.
A condenação dos envolvidos é vista como um importante passo para a justiça, mas ativistas e organizações sociais destacam que ainda há um longo caminho a percorrer na luta contra a violência e o preconceito que afetam essas populações.
O caso de Luana Kelly é mais um exemplo da alarmante realidade enfrentada por pessoas trans no Brasil, país que lidera o ranking de assassinatos de transexuais e travestis no mundo. A expectativa é que a condenação dos responsáveis por sua morte sirva como um marco na luta contra a impunidade e a violência de gênero.
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